23 de dezembro de 2024
Brasil

Prefeito do AM é pego com porte ilegal de arma em operação da PF

Prefeito Herivaneo Seixas. (Foto: Reprodução/Facebook)
Prefeito Herivaneo Seixas. (Foto: Reprodução/Facebook)

A Polícia Federal prendeu na manhã desta terça-feira (27) o prefeito de Humaitá (AM), Herivaneo Seixas (Pros), o vice-prefeito, Rademacker Chaves (PSD), três vereadores e outras cinco pessoas acusadas de envolvimento na queima dos prédios do Ibama e do ICMBio.

Com Seixas e Chaves, foram encontradas duas armas sem licença. Ambos foram levados a Porto Velho, onde prestaram depoimento. As prisões são preventivas. Um vereador está foragido.

Ao todo, foram deslocados 120 policiais federais, em um comboio de 30 carros. A operação contou com o apoio do Grupo de Pronta Intervenção (GPI) para atuar em caso de distúrbios, mas não houve incidentes.

Batizada de Lex Talionis (a lei do “olho por olho, dente por dente”), a operação cumpriu também 15 mandados de busca e apreensão. Por causa da proximidade geográfica, os policiais federais partiram de Rondônia -Porto Velho fica a 200 km em estrada asfaltada.

Trata-se de uma resposta a um ataque realizado em 28 de outubro por garimpeiros ilegais aos escritórios dos dois órgãos ambientais federais, em retaliação a uma ação liderada pelo Ibama que destruiu 31 balsas de exploração de ouro ao longo do rio Madeira.

Logo após os ataques, um vídeo que circulou pelas redes sociais mostra Seixas prometendo aos garimpeiros que iria solicitar ao governador Amazonino Mendes (PDT) a emissão de licenças ambientais.

Em 13 de dezembro, Amazonino concedeu licenças ambientais a cooperativas de garimpeiros de Humaitá, em ato na cidade ao lado de Seixas que reuniu centenas. Na ocasião, o governador disse que a atividade sustenta cerca de 6.000 pessoas na região.

Seis dias depois, porém, uma decisão judicial suspendeu essas licenças, expedidas sem um estudo prévio de impacto ambiental, segundo o Ministério Público Federal.

As diferentes respostas ao ataque aos prédios públicos expuseram as divergências entre o poder político do Amazonas, favorável à legalização dos garimpeiros ilegais, e órgãos ambientais federais, que têm reprimido a prática na região com o apoio do Exército ou da PF.

A reportagem não localizou os advogados de defesa de Seixas e Chaves. (Folhapress)


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