A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra a Administração Pública (Dercap) da Polícia Civil de Goiás (PC-GO), deflagrou nesta quarta-feira (25) uma operação contra desvio de bens e utilização indevida de serviços públicos envolvendo o prefeito, Edson Guimarães de Faria (MDB) e servidores da Prefeitura de Pontalina. O prefeito é suspeito de usar a estrutura municipal para a produção de 1,5 mil mourões (postes de concreto) para uso como estacas em uma plantação de 5 mil pés de pitaia na propriedade rural dele.
“A investigação apura a conduta dos agentes envolvidos ao determinarem a confecção de 1,5 mil postes de concreto, tipo ‘Mourão’, na Fábrica Municipal de Pré-Moldados, para serem utilizados em propriedade rural particular do agente público”, descreveu a Polícia Civil.
Na denominada Operação Mourão, os agentes cumpriram três mandados de busca e apreensão em Pontalina em endereços residenciais de agentes públicos. A delegada Tatiana Barbosa, à frente da investigação, disse que a prefeitura determinou a confecção dos postes de concreto para uso na propriedade do prefeito.
“Alguns já tinham sido confeccionados e uns estavam na fábrica municipal e poucos já tinham sido levados para a propriedade rural desse agente público”, citou em entrevista à Tv Anhanguera. Ela destacou que ninguém foi preso.
Os postes de concreto já fabricados foram apreendidos em cumprimento a uma Ação Civil por Improbidade Administrativa em andamento.
A operação apreendeu aparelhos celulares, aparelhos eletrônicos e documentações que tenham relação com os fatos investigados.
Afastamento pedido pelo MP-GO
Em 10 de maio, o prefeito de Pontalina chegou a ser afastado do cargo por 90 dias pela mesma acusação. Um grupo de vereadores acionou o Ministério Público apontando o uso da estrutura pública e o MP foi à Justiça. Imagens aéreas comprovaram a presença dos mourões no imóvel do prefeito.
Na época, o promotor de Justiça Danilo Guimarães Lima, titular da Promotoria de Pontalina, observou que a fábrica de pré-moldados da prefeitura de Pontalina tem por objetivo produzir vigas, pilares, lajes, calçamentos e estruturas de concreto para construir e reformar praças públicas, escolas, calçadas, meio-fio, postes e demais edificações de caráter público.
O prefeito retornou ao cargo no dia 15 de maio por decisão da desembargadora Beatriz Figueiredo Franco que, entretanto, manteve a apreensão dos mourões enquanto a ação contra Edson tramita.
Defesa do prefeito não retorna
A reportagem fez contato com a assessoria de Edson Guimarães de Faria na Prefeitura de Pontalina, por telefone, na tarde desta quarta-feira, e foi informada de que a defesa dele se pronunciaria. Até a publicação desta matéria não houve contato. O espaço permanece aberto para essa manifestação.
Leia mais sobre: Improbidade administrativa / Operação Mourão / Polícia Civil de Goiás / Pontalina / Direito e Justiça / Política

