05 de dezembro de 2025
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Prefeito de Pontalina é alvo de operação por uso de estrutura pública em plantação de pitaia na fazenda dele

Polícia Civil apura produção de 1,5 mil postes de concreto na fábrica municipal para uso em propriedade rural de Edson Guimarães
Mourões foram filmados por drone na fazenda do prefeito e imagem faz parte da Ação Civil Pública - Fotomontagem: divulgação MPGO
Mourões foram filmados por drone na fazenda do prefeito e imagem faz parte da Ação Civil Pública - Fotomontagem: divulgação MPGO

A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra a Administração Pública (Dercap) da Polícia Civil de Goiás (PC-GO), deflagrou nesta quarta-feira (25) uma operação contra desvio de bens e utilização indevida de serviços públicos envolvendo o prefeito, Edson Guimarães de Faria (MDB) e servidores da Prefeitura de Pontalina. O prefeito é suspeito de usar a estrutura municipal para a produção de 1,5 mil mourões (postes de concreto) para uso como estacas em uma plantação de 5 mil pés de pitaia na propriedade rural dele.

“A investigação apura a conduta dos agentes envolvidos ao determinarem a confecção de 1,5 mil postes de concreto, tipo ‘Mourão’, na Fábrica Municipal de Pré-Moldados, para serem utilizados em propriedade rural particular do agente público”, descreveu a Polícia Civil.

Na denominada Operação Mourão, os agentes cumpriram três mandados de busca e apreensão em Pontalina em endereços residenciais de agentes públicos. A delegada Tatiana Barbosa, à frente da investigação, disse que a prefeitura determinou a confecção dos postes de concreto para uso na propriedade do prefeito.

“Alguns já tinham sido confeccionados e uns estavam na fábrica municipal e poucos já tinham sido levados para a propriedade rural desse agente público”, citou em entrevista à Tv Anhanguera. Ela destacou que ninguém foi preso.

Os postes de concreto já fabricados foram apreendidos em cumprimento a uma Ação Civil por Improbidade Administrativa em andamento.

A operação apreendeu aparelhos celulares, aparelhos eletrônicos e documentações que tenham relação com os fatos investigados.

Afastamento pedido pelo MP-GO

Em 10 de maio, o prefeito de Pontalina chegou a ser afastado do cargo por 90 dias pela mesma acusação. Um grupo de vereadores acionou o Ministério Público apontando o uso da estrutura pública e o MP foi à Justiça. Imagens aéreas comprovaram a presença dos mourões no imóvel do prefeito.

Na época, o promotor de Justiça Danilo Guimarães Lima, titular da Promotoria de Pontalina, observou que a fábrica de pré-moldados da prefeitura de Pontalina tem por objetivo produzir vigas, pilares, lajes, calçamentos e estruturas de concreto para construir e reformar praças públicas, escolas, calçadas, meio-fio, postes e demais edificações de caráter público.

O prefeito retornou ao cargo no dia 15 de maio por decisão da desembargadora Beatriz Figueiredo Franco que, entretanto, manteve a apreensão dos mourões enquanto a ação contra Edson tramita.

Defesa do prefeito não retorna

A reportagem fez contato com a assessoria de Edson Guimarães de Faria na Prefeitura de Pontalina, por telefone, na tarde desta quarta-feira, e foi informada de que a defesa dele se pronunciaria. Até a publicação desta matéria não houve contato. O espaço permanece aberto para essa manifestação.


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