O prefeito de Pires do Rio, Hugo do Laticínio (Podemos), manteve-se em silêncio nesta segunda-feira (21), mesmo após prometer que se manifestaria sobre as interpelações judiciais anunciadas pelo presidente da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), Pedro Sales e pela Construtora São Cristóvão. A expectativa de resposta surgiu após o embate público ocorrido na quarta-feira (9), durante evento de inauguração do Contorno Oeste do município.
A interpelação judicial é motivada pelas declarações do prefeito, que questionou o valor final da obra — orçada em R$ 75,4 milhões — e insinuou possível superfaturamento, comparando com valores médios de outras obras da Goinfra.
Pedro Sales argumenta que o prefeito declarou, em discurso, ter provas da irregularidade, o que, segundo o governo, precisa ser provado judicialmente.
Durante esta segunda-feira, entretanto, uma entrevista agendada foi adiada duas vezes sem posterior remarcação pela equipe do prefeito.
Hugo tem dito que suas falas refletem questionamentos da população, mas durante o evento chegou a se levantar com um envelope na mão, como se fosse entregar provas ao governador Ronaldo Caiado, que não gostou da atitude. Ao jornal O Popular, ele disse na semana passada negar que tenha falado em provas, alegando que o envelope continha “requerimentos ao governo estadual com pedidos de investimentos em várias áreas, sem qualquer relação com o caso.”
Mas o embate ganhou destaque com a publicação de vídeos nas redes sociais por ambos os lados e com a entrada da Associação Goiana das Empresas de Engenharia (AGE), que divulgou nota em defesa do setor, repudiando as declarações do prefeito.
Hugo também divulgou vídeo em que cita material de divulgação da própria Goinfra, em novembro de 2021, onde o custo da era apontado no valor de R$ 27,4 milhões, o que foi apontado por Sales como erro na divulgação.
A Construtora São Cristóvão afirma, na petição protocolada na 17ª Vara Cível de Goiânia, que o prefeito fez “insinuações gravíssimas”, comparáveis a uma denunciação caluniosa, e que não apresentou nenhum documento oficial que comprove suas alegações.
Nos bastidores, entretanto, a polêmica é atribuída a desavenças políticas que ainda podem existir entre o atual prefeito e o grupo político que o antecedeu.
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