Está descartada a cogitada possibilidade de terceirização do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), garantiu o prefeito Sandro Mabel nesta sexta-feira (8), durante o evento que celebrou os 21 anos do SAMU de Goiânia. Na verdade, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) está reestruturando o serviço após uma crise grave ter afetado a unidade na gestão passada.
Conforme balanço da área, em 2025, houve aumento de 25% no atendimento de ocorrências em comparação com o mesmo período do ano passado. Para absorver esse crescimento, o SAMU passa por ampliação da frota, recomposição de equipes e abastecimento de insumos. Nesta sexta mesmo foram entregues itens de mobiliário e equipamentos assistenciais, como esfigmomanômetros neonatais e infantis, estetoscópios, aparelhos de ar-condicionado, armários, mesas, cadeiras e longarinas.
“O Samu é um serviço essencial, que salvou e continua salvando milhares de vidas. Quando assumimos a gestão, encontramos o sistema praticamente colapsado: ambulâncias paradas, sem pneus, sem combustível, com os profissionais sobrecarregados. Hoje, temos uma frota ampliada, equipes recompostas, insumos abastecidos e um planejamento que avança com inteligência artificial para reduzir o tempo de resposta – Sandro Mabel
Secretário tenta reabilitar unidades e garante continuidade do atendimento
O secretário municipal de Saúde, Luiz Pellizer, comemorou que vai poder dispensar ambulâncias alugadas depois que foram doadas 14 novas viaturas para o SAMU de Goiânia pelo Ministério da Saúde, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Somando com outra ambulância que chegou recentemente, as 14 doadas vão reforçar o serviço até o final do ano, quando todas devem ter sido entregues.
“Hoje a gente tem 17 ambulâncias funcionando. Fora isso, é importante destacar que são cinco reservas técnicas, então não tem mais o risco [de faltar] se uma estragar. Enquanto ela está em concerto, o serviço das outras 17 não para”, observou. Parte dessas é que são alugadas e serão substituídas por veículos próprios. Ele, inclusive, tem a expectativa de receber mais viaturas e chegar a 22 ambulâncias próprias.
Número ideal de ambulâncias
“O volume ideal para a cidade provavelmente seria alguma coisa perto de 16 ou 17 unidades básicas e de seis ou sete unidades avançadas”, explica o secretário de Saúde.
A SMS também está contornando outra herança recebida e que fragilizava o SAMU: a desabilitação de ambulâncias durante a gestão do ex-prefeito Rogério Cruz. Sem ter a produção realizada regularmente registrada no Ministério da Saúde, a SMS ficou sem receber os recursos federais previstos.
“Várias dessas ambulâncias rodam hoje às custas exclusivamente do município, porque por não ter preenchido a produção dessas unidades frente ao Ministério durante muito tempo, algumas vezes mais de um ano, o Ministério entendeu que ela estava inativa e retirou a contrapartida federal”, relata Pellizer.
Segundo ele, essa situação mudou. “Hoje a gente já trabalha com preenchimento, a gente já tem dados matemáticos e dados de produção para reabilitar. A gente já enviou esses ofícios. Alguns detalhes não são tanto do SAMU, da frota em si, são detalhes, por exemplo, de fachada, que são coisas que tem que estar tudo 100% de acordo com o manual”, detalhou.
Mesmo assim ele disse que a SMS registrou a solicitação para que o Ministério que faça a reabilitação do serviço. Enquanto isso, o secretário confirmou que a Prefeitura “infelizmente vai arcar e não vai receber (…) mesmo que o Ministério demore mais algum tempo para reabilitá-lo”. Segundo ele, isso se justifica para evitar nova paralisação do SAMU que venha a prejudicar a população da capital.
SAMU atende Goiânia e 25 cidades da região
O SAMU cobre a capital e mais 25 municípios da região metropolitana. Conta com 521 profissionais e viaturas estrategicamente distribuídas em 11 bases descentralizadas. De janeiro a junho deste ano, o serviço já atendeu 25.012 ocorrências, contra 19.929 em 2024.
Para otimizar o tempo de atendimento, segundo o prefeito, está sendo implantado o uso de inteligência artificial para georreferenciamento das chamadas e reposicionamento das ambulâncias.
O serviço pode ser acionado gratuitamente pelo número 192, tanto por telefone fixo, quanto por celular, e o atendimento ocorre conforme a gravidade da situação.
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