O prefeito de Bonfinópolis, Kelton Pinheiro (Cidadania), relatou, nesta quarta-feira (23), após repercussão do caso do “gabinete paralelo” do Ministério da Educação (MEC), que tem como um dos apontados o pastor Arilton Moura, ter recebido do religioso a proposta de intermediar, pelo valor de R$15 mil, a transferência de recursos da pasta para a prefeitura do município. A informação foi divulgada pelo jornal O Popular.
Ao veículo de comunicação, o gestor municipal relatou ter se encontrado com os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, em Goiânia. Na ocasião, foi viabilizada, segundo o prefeito, uma visita ao MEC, onde participou de um encontro que reuniu prefeitos de diferentes estados. Após a reunião, Kelton disse ter sido convidado para um almoço com o grupo, ocasião em que foi feita a proposta.
“Disse que se eu quisesse o recurso para a construção de uma escola, eu teria que dar R$15 mil para ele”, contou o prefeito, ao Popular. “Eu disse que não podia, que o município não tinha como fazer esse tipo de pagamento e que eu não iria desembolsar isso do bolso, até porque não é correto. Mesmo se eu tivesse o recurso, eu não faria”, salientou o gestor de Bonfinópolis.
A matéria ressalta que o prefeito, então, entrou com o pedido formal de verba para a construção de uma escola no município. Entretanto, foi informada a necessidade de cadastro no Plano de Ações Articuladas (PAR) do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Feito isso, o processo, porém, não teve andamento.
À reportagem, Kelton alegou, ainda, ter cogitado denunciar os religiosos, na época. No entanto, desistiu da ação. “Eu pensei, o que vou denunciar? São dois pastores. O ministro vai falar que não tem nada com isso”, disse.
Gestores de outras localidades relataram episódios semelhantes, após encontro realizado em abril de 2021, fora da agenda oficial do ministro. Ao Estadão, o prefeito de Luís Domingues (MA), Gilberto Braga (PSDB), afirmou que Arilton Moura teria solicitado a mesma quantia, antecipada, para protocolar demandas da prefeitura, além de um quilo de ouro após a liberação dos recursos.
LEIA TAMBÉM: Pastor envolvido em escândalo nega pedidos de propina e influência no MEC
Leia mais sobre: Gabinete Paralelo do Ministério da Educação / Notícias do Estado