07 de agosto de 2024
Escândalo no MEC • atualizado em 25/03/2022 às 09:16

Prefeito de Bonfinópolis deve ser ouvido no Senado após relatar pedido de propina de pastor

Kelton Pinheiro disse que pastor cobrou R$ 15 mil para auxiliar o gestor a conseguir recursos no Ministério da Educação
Kelton Pinheiro em visita ao MEC. (Foto: Reprodução/Facebook)
Kelton Pinheiro em visita ao MEC. (Foto: Reprodução/Facebook)

O prefeito de Bonfinópolis, Kelton Pinheiro (Cidadania), deve ser ouvido na próxima semana na Comissão de Educação do Senado Federal. Ele relatou que recebeu do pastor Gilmar Santos um pedido de propina de R$ 15 mil para ter acesso facilitado ao Ministério da Educação.

O senador Vanderlan Cardoso (PSD) foi quem incluiu o nome do prefeito no requerimento apresentado por Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Além de Kelton, prefeitos maranhenses, que relataram também pedido de 1 kg de ouro pelos pastores, e o presidente do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE), Márcio Lopes, foram chamados.

Ainda não há data definida para que o prefeito de Bonfinópolis e os demais convidados sejam ouvidos. O Senado definiu apenas a data de audiência do ministro Milton Ribeiro, que ficou marcada para o dia 31 de março, na próxima quinta-feira.

“Abatimento” na propina

Kelton Pinheiro também relatou que o pastor Arilton Moura, outro envolvido no escândalo, chegou a oferecer um “abatimento” de 50% na propina, e que a proposta teve o aval de Gilmar, líder da igreja Cristo para Todos.

“(Arilton) falou: ‘Vou lhe fazer por R$ 15 mil porque você foi indicado pelo pastor Gilmar, que é meu amigo Para os outros aqui, o que eu estou cobrando aqui, é R$ 30 mil”, disse o prefeito ao Estadão.

Pinheiro afirmou que ele e a mulher almoçavam na companhia de Gilmar, quando Arilton se aproximou, depois de ter passado por outras mesas.

“Sentou do meu lado, em um dos lados da mesa, e falou: ‘Olha, prefeito, eu vou ser direto com você. Tem lá um recurso para liberar com ministro, mas eu preciso de R$15 mil hoje'”, disse. “O discurso dele que me deixou mais chateado foi: ‘Eu preciso desse pagamento hoje, porque vocês, políticos, não têm palavra, vocês não cumprem com o que prometem. Depois eu coloco o recurso lá e você nem me paga’.”

Nesse momento, segundo o prefeito, o pastor propôs um desconto de 50% na propina. Pinheiro disse que Gilmar apoiou o pedido, ao falar que Arilton era “amigo do ministro”. Ainda segundo o prefeito, Arilton propôs uma contribuição para a igreja e a compra de bíblias editadas pela gráfica de Gilmar. “Se você quiser contribuir com a minha igreja, faz uma oferta. Você vai comprar mil bíblias, no valor de R$ 50, e vai distribuir na sua cidade”, declarou o pastor, segundo o prefeito. “Fazendo isso, você vai me ajudar a conseguir recurso para você no ministério “

O prefeito relatou ter ficado “indignado” com a situação. “O cara está sentado do lado do ministro, um à direita, o outro à esquerda. Saem da reunião e vêm com essa conversa? A vontade que eu tive ali foi de mandar ele para o quinto dos infernos”, afirmou Pinheiro.

Com informações do Estadão


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