12 de agosto de 2024
Política

Pré-candidato a governador é contra privatizações e colégios militares

Professor Weslei Garcia (PSOL) em entrevista a Altair Tavares, no Diário de Goiás (Foto: Thaís Dutra/Diário de Goiás)
Professor Weslei Garcia (PSOL) em entrevista a Altair Tavares, no Diário de Goiás (Foto: Thaís Dutra/Diário de Goiás)

O candidato a governador de Goiás e professor da rede pública do Distrito Federal, Weslei Garcia (PSOL), é contra privatizações e terceirizações e colégios militares em Goiás. O candidato, que também disputou o cargo nas eleições de 2014, pretende tirar as OSs da saúde e acabar com as subdelegações na Saneago.

As subdelegações transferem algumas responsabilidades da estatal para a Brookfield, empresa que comprou a Odebrecht Ambiental, vencedora da licitação à época. “Aqui a mania é delegar, terceirizar. O governo não tem competência para gerenciar o Estado. É o que ele tem feito nos últimos 20 anos”, contestou.

O candidato também propõe a reestatização da CELG, atual Enel. “É um absurdo uma estatal da importância da CELG ter sido vendida por R$ 2,2 bilhões de reais para a Enel e depois, estranhamente o governador Marconi Perillo vem e perdoa isenções de ICMS no valor de R$ 3 bilhões de reais”, desaprovou.

Educação

Weslei é contra a militarização das escolas por ir contra o princípio de gestão democrática das escolas. Nos colégios militares, a direção das unidades não é eleita pela comunidade, como nas outras escolas estaduais, mas é nomeada pela Polícia Militar(PM). Esse critério, segundo o candidato, é contra fere a Lei das Diretrizes e Bases da Educação.

Outro princípio quebrado nos colégios militares de acordo com Wesley é o da escola laica e universal, já que o aluno precisa pagar taxa de mensalidade, oficialmente chamada de contribuição. “Fere o princípio da escola pública. Já temos recursos para a manutenção das escolas públicas, que é o Fundeb”, argumentou, se referindo ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação.

Os colégios militares são objeto de pesquisa do professor, que estuda, inclusive, casos de desligamento ou transferência de alunos movidos por preconceito racial, étnico ou por orientação sexual.

Os colégios militares se expandiram notavelmente desde sua criação pelo governador Marconi, há 20 anos atrás. Hoje são mais de 40 unidades em todo o estado. Para o candidato, a aprovação popular dos colégios militares se deve à aparente vinculação do ensino militar à segurança.

“Para a população que não consegue compreender que o que falta para o combate da criminalidade são políticas públicas voltadas à educação, cultura, saneamento básico, saúde e entretenimento, ela tenta ter uma resposta imediata”, explicou.

Weslei também criticou o fim da gratificação de titularidade para os professores, a não adoção da jornada ampliada e a tentativa de implantar organizações sociais (OSs) nas escolas –  medidas adotadas pelo então governador Marconi Perillo nas últimas duas gestões.

Segurança

Wesley Garcia discorda da política adotada pelo atual governo na área de segurança pública. Ele critica a metodologia ostensiva e a repressão policial, como a da instalação de uma base da Força Nacional de Segurança na cidade de Luziânia em 2011.

“[O governo] Achava que você combate à criminalidade é mandando polícia dar porrete, porrada em negros, pobres e homossexuais”, apontou. No entanto, visto que essa tratativa não funcionou, argumentou ele, o governo passou à Polícia Militar a responsabilidade pela educação.

“A segurança pública passa por um conjunto de ações, e não de forma isolada. Um conjunto de ações que possam, a partir do investimento em questões básicas garantidas na Constituição Federal em seu artigo 6º, fazer com que essas pessoas voltem a condição de acesso à qualidade”, defendeu.  

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Assista entrevista completa:

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