Uma praça de pedágio, administrada pela concessionária Via 040, instalada no perímetro urbano de Cristalina, no entorno do Distrito Federal, tem causado polêmica na região. De acordo com a Prefeitura de Cristalina, os transtornos causados pela cobrança do pedágio e a morosidade no que diz respeito às melhorias nos trechos que cortam o município têm sobressaído aos benefícios dos impostos arrecadados.
No início do mês de março, o prefeito de Cristalina, Daniel Sabino, representantes do segmento agrícola e vereadores da cidade se reuniram com o diretor de Relações Institucionais da Via 040, Frederico Souza, para uma reunião, em que apresentaram as dificuldades e prejuízos causados pela presença da praça de pedágio.
De acordo com o produtor rural Henrique Gonzatti, o pedágio causa problemas financeiros e de logística. Segundo ele, torna-se impossível, por exemplo, trafegar pelo local com uma máquina colheitadeira. “Hoje para deslocarmos até nossas propriedades, temos que desmontar nossas máquinas. Uma vez que tornou-se inviável passar pelo pedágio, talvez nossa solução esteja em criar uma estrada alternativa”, disse ele.
Já para o prefeito, o prejuízo maior é para o bolso do cidadão. “Para se ter uma ideia, temos moradores do Distrito de Campos Lindos e Povoado de São Bartolomeu, ou até mesmo aqueles que moram pouco depois da praça de pedágio, que para vir à sede do município, chegam a pagar de duas até 4 tarifas. É inadmissível continuarmos enfrentando tal situação. Não estamos aqui para provocar um problema para a empresa responsável pela manutenção da rodovia, mas precisamos solucionar este impasse que tem prejudicado e muito, o cristalinense”, ressaltou Daniel Sabino.
No entanto, Frederico Souza argumenta que a Concessionária Via 040 cumpre as normas estabelecidas no contrato firmado junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres, ainda no ano de 2013. Segundo ele, a proposta inicial para a rodovia, visa construir algumas passarelas e um túnel na altura da Vila Andrade, mas não pode precisar exatamente o prazo para a execução da obra. Uma vez que, tudo está encaminhando para que a empresa devolva a administração da BR ao Governo Federal.
“Temos tido uma queda de aproximadamente 40%. Por outro lado, a iniciativa pública federal não tem repassado os valores necessário para os reais investimentos na rodovia. Tudo leva a crer que devolveremos a gestão da estrada ao sistema público. Com isso, torna-se impossível viabilizar qualquer tipo de quebra de valores ou atendimento privilegiado aos veículos com origem de Cristalina”, ressaltou Souza.
A Prefeitura de Cristalina abriu uma estrada alternativa para auxiliar os moradores no município, o que influencia na queda da concessionária, já que caminhoneiros e motoristas que não são moradores do município se aproveitam da via.
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