O uso de antibióticos sem um diagnóstico preciso é uma prática comum e, como muitos já sabem, envolve riscos e consequências. Quem explica é o médico intensivista e nutrólogo, José Israel Sanchez Robles, ao listar as razões pelas quais não se deve ingerir este tipo de medicamento sem a orientação profissional.
Um dos principais pontos é a resistência bacteriana, lembra o especialista. “A resistência bacteriana emerge como uma das principais preocupações associadas à utilização descontrolada de antibióticos. O uso indevido ou inadequado desses medicamentos pode promover o desenvolvimento de resistência bacteriana, comprometendo a eficácia de tratamentos futuros e, em alguns casos, inviabilizando sua aplicação”, explica.
“Os efeitos adversos são outra razão pela qual a utilização de antibióticos sem prescrição médica deve ser evitada. Esses medicamentos podem desencadear uma variedade de efeitos colaterais, mesmo quando utilizados para tratar uma condição específica, e os riscos podem ser ainda maiores na automedicação”, alerta José Israel.
“Desde reações mais leves, como náuseas e diarreia, até manifestações alérgicas graves e lesões nos órgãos, como fígado e rins, são efeitos colaterais associados ao uso inadequado de antibióticos. A prescrição adequada e criteriosa desses medicamentos pode ajudar a evitar ou minimizar tais complicações”, completa ele.
O médico cita, ainda, o desequilíbrio da microbiota, sistema que compõe uma variedade de bactérias benéficas e que desempenha um papel crucial na saúde do corpo humano. “A utilização indiscriminada de antibióticos pode desestabilizar esse equilíbrio, aumentando a susceptibilidade a infecções fúngicas e outros distúrbios de saúde, e afetando negativamente a função digestiva normal”, revela.
Por fim, José Israel também alerta para os custos desnecessários que envolvem a compra de antibióticos sem o diagnóstico preciso. “Apesar de a obtenção de antibióticos exigir atualmente uma prescrição médica, algumas pessoas ainda encontram maneiras de adquirir esses medicamentos sem um diagnóstico adequado. Além dos riscos já mencionados, essa prática também acarreta um ônus financeiro para os pacientes e para o sistema de saúde como um todo, uma vez que alguns tratamentos são subsidiados pelo governo”, afirma.
O especialista reforça, portanto, que é fundamental que os antibióticos sejam prescritos apenas quando há um diagnóstico preciso de uma infecção bacteriana e lembra, também, que, em hipótese nenhuma, o paciente deve ingerir estes tipos de medicamentos que, porventura, tenham sobrado de algum outro caso.
“Os pacientes devem aderir rigorosamente às orientações médicas quanto à dosagem e duração do tratamento, assegurando uma utilização apropriada dos antibióticos e prevenindo os riscos associados ao uso indiscriminado. As sobras de medicamentos devem ser descartadas de forma adequada, a menos que haja uma recomendação específica do profissional de saúde para reutilização em casos de reinfecção”, conclui José Israel.
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