21 de dezembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 00:31

Políticos eram tratados por apelidos como Caju, Babel e Boca Mole

Ao lidar com o repasse de propina a políticos, a empreiteira Odebrecht elaborou codinomes para referir-se aos beneficiários dos pagamentos. Em seu documento de delação premiada, Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, explica a quem cada apelido se refere.

Eliseu Padilha (PMDB-RS), o ministro-chefe da Casa Civil de Michel Temer, por exemplo, é o “Primo”. O senador Romero Jucá (PMDB-RR), que se licenciou do cargo de ministro do Planejamento após a divulgação de gravações em que ele falava em um pacto para deter avanço da Operação Lava Jato, é o “Caju”. Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), que deixou a Secretaria de Governo após ser acusado de pressionar pela liberação de um empreendimento imobiliário onde teria um apartamento, é o “Babel”.

Os três codinomes são mais lisonjeadores que os apelidos usados para referir-se aos deputados Heráclito Fortes (PSB-PI) e Paes Landim (PTB-PI) e ao ex-deputado Inaldo Leitão (PB): “Boca Mole”, “Decrépito” e “Todo Feio”, respectivamente.

Os nomes e o quanto cada um recebeu de propina está em um arquivo preliminar de Melo Filho, ao qual a reportagem teve acesso, com o conteúdo do que o ex-executivo vai dizer em depoimento às autoridades da Lava Jato.

(FOLHA PRESS)

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