22 de dezembro de 2024
Na internet

Políticos eleitos em outubro colocam próprio mandato em cheque para defender Bolsonaro; entenda

Apoiadores do atual presidente não concordam com o resultado das urnas que elegeu o petista Luiz Inácio Lula da Silva
Nas imagens, o deputado estadual Sargento Lima (PL-SC) e o senador eleito Magno Malta (PL-ES) são alguns dos que dizem querer mais "transparência" e novas eleições. (Imagens: reprodução/Instagram)
Nas imagens, o deputado estadual Sargento Lima (PL-SC) e o senador eleito Magno Malta (PL-ES) são alguns dos que dizem querer mais "transparência" e novas eleições. (Imagens: reprodução/Instagram)

Em mais uma estratégia desesperada para tentar salvar o presidente Jair Bolsonaro (PL), políticos eleitos em outubro têm colocado o próprio mandato em cheque ao pedir anulação das eleições. Nomes como os dos deputados federais José Medeiros (PL-MT), Daniel Freitas (PL-SC), deputado estadual Sargento Lima (PL-SC) e senador eleito Magno Malta (PL-ES), afirmaram em suas redes sociais que topariam ter seus nomes testados novamente junto ao de Bolsonaro em nome da “transparência”.

Magno Malta escreveu, inclusive, que a “nação está em jogo”. “Queremos transparência nas eleições, mesmo que isso custe mandatos dos já eleitos. É uma nação que está em jogo”. Já o Sargento Lima, ao dizer que não há democracia sem transparência, afirmou: “Se para corrigir uma injustiça for necessário ir às urnas novamente, que assim seja. Não existe moderação para a verdade e a transparência”.

Já Daniel Freitas publicou que quer eleições “limpas e honestas”. “Se pra isso tiverem que passar um pente fino em tudo, que o façam imediatamente, inclusive com políticos eleitos ou reeleitos”. No mesmo sentido, José Medeiros gravou um vídeo com o título “Sr. Alexandre de Moraes se a ‘proposta’ é anular as eleições de todos, eu topo!”, onde ele afirma, sem provas, que houve “erros graves” nas eleições deste ano.

Além de pedir, em uníssono por mais “transparência”, estes políticos apoiadores do atual presidente simplesmente não concordam com o resultado das urnas que elegeu o petista Luiz Inácio Lula da Silva. Estratégia, então, é a de pedir novas eleições para tentar ganhar tempo de alguma forma, já que o Partido Liberal, do qual todos fazem parte, teve ação que questionava a regulação de parte das urnas eletrônicas negada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ainda recebeu uma multa de quase R$ 23 milhões.

A ação foi negada pela Justiça Eleitoral, pois o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que está a frente dos pedidos, havia questionado apenas o segundo turno, ignorando o primeiro turno, o que fez com que o TSE condenasse a Coligação Pelo Bem do Brasil, que apoiou a candidatura de Bolsonaro nas eleições deste ano, por litigância de má-fé e aplicando a multa milionária.

De acordo com Valdemar, em resposta durante coletiva à imprensa, ele disse que a equipe só conseguiu encontrar “algo palpável” no segundo turno. Porém, os dados usados pelo PL para questionar os votos nessa etapa, se repetem no primeiro turno e estão disponíveis no próprio site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ao alcance de qualquer pessoa com acesso a internet e sendo encontrados em questão de minutos.

Mesmo assim, nada que contrarie o partido e os políticos que dele fazem parte serve como resposta, e isso acaba se estendendo aos eleitores apoiadores de forma mais intensa. Nos comentários das publicações citadas no início da matéria, por exemplo, os seguidores destes parlamentares afirmam que, se houvesse outra eleição, eles ganhariam de novo e, desta vez, Bolsonaro também, sendo reeleito.


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