22 de novembro de 2024
Política

Políticos como Iris devem desaparecer no novo cenário político, avalia sociólogo

Iris Rezende. (Foto: Reprodução)
Iris Rezende. (Foto: Reprodução)

Políticos personalistas como Iris Rezende não devem ter muito futuro na atual conjuntura política do Brasil. Para o professor de sociologia e cientista político José Elias Domingos, a tendência é que pessoas públicas com este perfil não tenham o mesmo sucesso do emedebista.

O sociólogo explica que a tendência das grandes democracias é substituir o personalismo pelo debate de ideias. Para ele, “Iris teve sua fase”, mas a tendência do século XXI é o pragmatismo.

“O amadurecimento democrático vem vinculado à despersonalização da política. O debate perpassa muito mais do que a representação. Mas a construção da lógica de maior inserção das pessoas nas deliberações políticas. Isso quebra a ideia de que precisamos esperar um salvador da pátria, a visão sebastianista que temos”, destacou.

“O Iris tem características personalistas, mas no sentido das pessoas enxergarem nele o idealizador de certos projetos, e não projetos. O amadurecimento democrático tem tendência de vincular-se a projetos, não pessoas. Alguns políticos ainda insistem em trazer para a lógica personalista o debate, pois isso fortalece a prerrogativa de inibir as pessoas de olharem projetos. Alguns ainda convidam as pessoas a olharem para as virtudes pessoais deles, como não ser corrupto. E isso não é virtude, é uma obrigação”.

completa o professor.

Apesar da tendência de valorização do debate em detrimento da persona, Domingos ressalta que 2022 ainda guarda um forte personalismo no cenário político. nacional. “Nas próximas eleições estão colocadas pessoas, não projetos. São pessoas. São grandes figuras que farão o embate. Precisamos superar isso”, alerta o sociólogo.

MDB sem Iris

O futuro do MDB sem Iris Rezende ainda é uma incógnita para o mundo político em Goiás. Muitos viam no ex-prefeito de Goiânia o último grande líder de um partido que já perdera em Maguito outro homem forte. Vale lembrar que Gustavo Mendanha também deixou a sigla por descontentamento com a aliança com o Democratas.

Domingos, por sua vez, vê no adeus de Iris a chance de o MDB se reorganizar e crescer suas fileiras garantindo participação de todos em um ambiente ainda mais democrático.

“Não é que o MDB de Goiás fica órfão. É preciso que os militantes se reorganizem no sentido de incorporar legados. O mais importante é o legado que a figura do político deixa. Fortaleça a descentralização das esferas de decisão. É a hora de incentivar candidatos jovens, paridades. O MDB sempre vai ter chance de se reorganizar. É a chance de trabalhar novas perspectivas à mercê do vínculo direto com certas lideranças”, avalia.

Veja a entrevista na íntegra


Leia mais sobre: / / / Destaque / Política