07 de agosto de 2024
Crimes eleitorais

Policiais federais de Goiás se recusaram a prender empresários bolsonaristas, diz MPE

Os casos em questão envolvem a promoção de um frigorífico referente à "picanha mito", vendida a R$ 22, e o anúncio de caminhonetes, com preço de R$ 222.222,22
Confusão em frente ao frigorífico que realizou a promoção da "picanha mito" (Foto: DG)
Confusão em frente ao frigorífico que realizou a promoção da "picanha mito" (Foto: DG)

O Ministério Público Eleitoral (MPE) afirma que servidores da Polícia Federal (PF) em Goiás se recusaram a levar adiante ações que poderiam gerar prisão de empresários bolsonaristas acusados de crime eleitoral, de acordo com reportagem do jornal O Globo.

Os casos em questão envolvem a promoção de um frigorífico referente à “picanha mito”, vendida a R$ 22, no dia da votação do primeiro turno, e o anúncio de caminhonetes, com preço de R$ 222.222,22, cujo anunciado foi veiculado, na semana passada, em um jornal.

A denúncia do MPE levou a Procuradoria Regional Eleitoral de Goiás (PRE-GO) a enviar uma representação à Corregedoria da PF em Brasília para apurar a suposta omissão dos funcionários do órgão.

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O Globo procurou a Superintendência da PF em Goiás, que confirmou o pedido de investigação da PRE-GO, mas preferiu não comentar a acusação. “Uma vez que a investigação esteja em curso, neste momento, ficamos impossibilitados de fornecer pormenores e/ou detalhes sobre os referidos expedientes.”

Os possíveis crimes eleitorais dos empresários bolsonaristas são propaganda irregular, boca de urna e aliciamento de eleitores. Segundo a representação enviada à Corregedoria, no caso da promoção da “picanha mito”, uma equipe da PF goiana foi à sede da PRE-GO para tentar convencer procuradores a desistir da prisão em flagrante.

O relato diz que um dos policiais federais, “de forma emocional, ultrajante e insistente, levantou diversos argumentos estranhos à lei penal (tais como: diligência geraria desemprego, ‘porque a empresa iria fechar; o frigorífico estava no livre exercício da atividade comercial; estava havendo politização dos procuradores do MPE etc.’) para não realizar a diligência, inclusive a prisão dos envolvidos em flagrante delito”.

Os representantes do Ministério Público Eleitoral, então, reforçaram a importância de a PF se deslocar até o frigorífico. Quando isso ocorreu, porém, já era tarde, uma vez que a promoção tinha acabado e, por isso, não houve efetivação do flagrante.

No caso da ação promocional da caminhonete, a Polícia Federal informou que não ela não pôde ser constatada na sede das concessionárias. Os procuradores desconfiaram e decidiram enviar uma equipe do próprio MPE para verificar. “De novo, não se teve notícia da realização da prisão em flagrante dos responsáveis”, afirma a representação da PRE-GO.


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