O desempregado Stefanno Jesus Souza de Amorim, 21, foi preso pela Polícia Civil do Distrito Federal, acusado de matar, por ciúmes, a ex-mulher Janaína Romão Lúcio, 30, funcionária do Ministério dos Direitos Humanos, no último sábado (14). Em carta, ele confessou o crime.
A polícia encerrou o inquérito nesta quarta-feira (18) e encaminhou o relatório final ao Ministério Público, que deverá denunciar Amorim à Justiça.
Foragido desde sábado, Amorim foi preso a partir de uma denúncia anônima. Ele estava escondido na casa de uma irmã na cidade satélite de Recanto das Emas. Ao ser preso, ele entregou ao delegado que cuida do caso, Alberto Rodrigues, uma carta manuscrita de dez páginas na qual descreveu uma vida de violência e crimes e procurou argumentar sobre o assassinato de Janaína.
Amorim disse, na carta, ter cometido outros três assassinatos. A primeira vítima, segundo ele, foi um vizinho na cidade satélite de Santa Maria que teria roubado seu revólver e se recusava a devolver. Ele foi à casa do vizinho e o matou a tiros. Amorim tinha na época entre 15 e 16 anos de idade. Apreendido pelo assassinato, ele foi confinado numa unidade socioeducativa, na qual fez sua segunda vítima. Segundo ele, era um colega de quarto que o estava ameaçando. Amorim o matou asfixiado. O terceiro assassinato não foi detalhado.
Após dois anos e meio, ao atingir a maioridade, Amorim foi colocado em liberdade. Ele conheceu Janaína porque moravam na mesma rua em Santa Maria. Janaína era uma colaboradora do ministério na área de acompanhamento de políticas voltadas para moradores de rua. Eles tiveram duas filhas, hoje com dois e quatro anos de idade.
O relacionamento do casal foi “extremamente conturbado”, segundo o delegado Alberto Rodrigues. Em 2014, ela registrou a primeira ocorrência contra Amorim por violência doméstica. Em 2017, registrou outra, por ameaça e agressão física. A família disse que houve outros atos de violência que Janaína não levou à polícia.
“Como Stefanno dizia estar sendo ameaçado de morte por outros criminosos, o casal mudou de residência várias vezes. A família disse que o relacionamento acabou há mais de um ano, mas ele não aceitou o fim”, disse o delegado. No sábado (14), Janaína permitiu que Amorim ficasse com as filhas. À noite, ele estava com as crianças na casa de um tio quando exigiu a presença de Janaína, dizendo que, caso contrário, iria matá-las. Janaína foi ao local para conversar com o ex-marido.
O homem disse, em seu depoimento à polícia, que dominou Janaína e passou a interrogá-la sobre um suposto relacionamento dela com outro homem, o primeiro marido dela. A família disse que o relacionamento era uma invenção de Amorim. Ele matou Janaína com cinco golpes de faca no peito, um dos quais fatal, no coração. Amorim está preso na carceragem da Polícia Civil do DF. (Folhapress)
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