05 de dezembro de 2025
Crime organizado • atualizado em 28/08/2025 às 10:07

Polícia Federal realiza megaoperação contra PCC no setor de combustíveis em Goiás e outros 7 Estados

Foto: Divulgação/Polícia Civil.
Foto: Divulgação/Polícia Civil.

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (28) uma megaoperação contra a facção criminosa PCC e outras organizações envolvidas em um esquema bilionário de distribuição e adulteração de combustíveis em oito estados do país, incluindo Goiás. Segundo informações da CNN, trata-se de uma das maiores ações da PF contra o crime organizado no setor. O esquema vinha sendo investigado desde 2019 e movimentou mais de R$ 23 bilhões, com sonegação fiscal de R$ 7,6 bilhões.

Batizadas de operações Quasar, Tank e Carbono Oculto, as ações acontecem simultaneamente em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Goiás. Até o momento, são cumpridos 14 mandados de prisão, 54 de busca e apreensão e bloqueios de bens de 41 pessoas físicas e 255 empresas.

De acordo com a Polícia Federal, as operações Quasar e Tank têm o objetivo de desarticular esquemas de lavagem de dinheiro e movimentações financeiras ilícitas de grande impacto, enquanto a Carbono Oculto investiga a inserção do PCC na economia formal, incluindo o setor de combustíveis e o sistema financeiro, com até usinas de etanol adquiridas pelo grupo.

Fontes ligadas à investigação afirmam que a facção utilizava o esquema para dar “legalidade” ao dinheiro arrecadado com o tráfico de drogas, inclusive por meio da adulteração de combustíveis com metanol e nafta distribuídos nacionalmente, eliminando intermediários no processo de distribuição. A ação envolve ainda 40 fundos de investimento vinculados a fintechs, algumas localizadas na Avenida Faria Lima, em São Paulo, movimentando patrimônio estimado em R$ 30 bilhões.

Alerta de Caiado

Em Goiás, o governador Ronaldo Caiado já havia alertado diversas vezes sobre a presença do PCC no setor de combustíveis. Durante o Congresso Nacional de Comandantes Gerais das PMs, em julho de 2024, o governador destacou a necessidade de ações imediatas para combater a facção, que vai desde postos de gasolina até entidades sociais e transporte público. Na ocasião, a Polícia Civil de Goiás deflagrou a Operação Imediata para fiscalizar 10 postos na Região Metropolitana de Goiânia.

“Como eu teria condições de promover em uma única e primeira ação no Estado de Goiás algo que pudesse fazer com que uma medida imediata trouxesse uma repercussão imediata para o povo goiano sentir exatamente a força de um estado democrático de direito”, afirmou Caiado, ressaltando que a repressão será contínua e rigorosa.

O governador reforçou que qualquer facção criminosa não terá espaço no Estado. “Aqui, faccionado, não vai ter postos de gasolina, não terá oficina, não terá disputa com empresário no nosso Estado. Essa operação será continuada e será uma operação dura, que irá contar com o apoio do governador”, disse.

Mais detalhes sobre a operação

As autoridades nacionais, incluindo os ministros da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e da Fazenda, Fernando Haddad, além do diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e da subsecretária de fiscalização da Receita Federal, Andrea Costa Chaves, concederão entrevista coletiva às 11h para detalhar as ações.


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