22 de dezembro de 2024
Brasil

Polícia do Rio prende funkeiro por apoio a facção na guerra da Rocinha

A Polícia do Rio prendeu nesta sexta (20) o funkeiro Fabiano Baptista Ramos, conhecido como MC Tikão, acusado de intermediar negociações entre o chefe do tráfico de drogas da Rocinha, Rogério Avelino, o Rogério 157, e lideranças da facção CV (Comando Vermelho).

Segundo as investigações, Tikão teria ajudado 157 a fugir da Rocinha durante o cerco à favela após o início de guerra entre facções em setembro. Ele teria levado 157 ao encontro de Paulo Cesar Baptista de Castro, o Paulinhozinho do Fallet, para negociar adesão ao CV.

A polícia identificou 26 pessoas envolvidas na guerra do tráfico da Rocinha, que se iniciou no dia 17 de setembro, quando um grupo ligado ao traficante Antonio Bonfim Lopes, o Nem, tentou tomar de 157 o controle do tráfico local.

Nem e 157 pertenciam à facção ADA (Amigos dos Amigos), mas este último aderiu ao CV após o início dos confrontos.

Além de 157, Nem e Paulinhozinho, a polícia identificou entre os suspeitos de participar da guerra da Rocinha lideranças de outras comunidades do Rio, como Celso Luís Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, Leandro Nunes Botelho, o Scooby dos Macacos.

Bandidos dessas comunidades, que são dominadas pela ADA, foram enviados à Rocinha para ajudar o grupo de Nem, enquanto 157 recebeu apoio de comunidades controladas pelo CV, como Babilônia e Chapéu Mangueira.

“Restou apurado que o elemento identificado como Fabiano Baptista Ramos, o ‘MC Tikão’, famoso por se apresentar em bailes funk em favelas com atuação de uma facção criminosa, foi o responsável por intermediar com o traficante conhecido como Paulinhozinho a ida de Rogério 157 para a referida organização criminosa”, afirmou a Polícia Civil, em comunicado.

Tikão foi preso em uma residência de alto padrão no bairro da Taquara, zona Oeste do Rio. Uma de suas músicas, “Traficante 157”, fala do tráfico de drogas e de amigos que foram presos. No código penal, o artigo 157 tipifica o crime de assalto.

Segundo a polícia, as investigações confirmaram suspeitas de que a guerra foi motivada por desentendimento entre Nem e 157, quando este último passou a cobrar por serviços prestados aos moradores, procedimento comum em áreas dominadas por milícias.

Preso em Rondônia, Nem ordenou que 157 deixasse o comando do tráfico local. No dia 13 de agosto, 157 executou o mensageiro, Ítalo de Jesus Campos, conhecido como Perninha, e outros dois comparsas, em uma declaração de guerra contra o ex-chefe.

A polícia diz que mantém diligências em busca dos outros envolvidos. (Folhapress)


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