07 de agosto de 2024
Negociação Salarial • atualizado em 28/02/2022 às 07:23

Polícia de Goiás participa de manifestação nacional por salários enquanto negocia com o governo Caiado

Servidores da segurança pública avisam que vão participar de manifestação conjunta com outros estados e esperam aumento de proposta
Paulo Sérgio, presidente da Assego: 'militares estão desesperados' (Foto: Divulgação)
Paulo Sérgio, presidente da Assego: 'militares estão desesperados' (Foto: Divulgação)

A nova reunião entre as entidades sindicais e associações que representam os servidores públicos do Estado de Goiás e o Governo acontecerá na próxima quinta-feira (03/03) com expectativa que uma nova proposta possa ser apresentada. O percentual inicial de 5,5% não agradou o Fórum de Defesa aos Servidores e enquanto isso as forças de segurança pública prometem participação no protesto nacional da categoria na terça (08/03).

“Houve frustração muito grande por parte de todas as categorias e isso reflete na vida de todos os servidores que estão desiludidos”, destacou o presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos PM & BM do Estado de Goiás (Assego), Paulo Sérgio de Souza em entrevista ao Diário de Goiás neste domingo (27/02).

O governador Ronaldo Caiado informou ao Diário de Goiás que o percentual proposto está dentro da realidade financeira do Estado e das condições impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal e pelo Regime de Recuperação Fiscal. E, indicou que, a partir de agora, as negociações anuais serão mantidas com frequência.

Quando nós falamos de Polícia Militar temos conseguido alcançar a custa de grandes sacrifícios por parte dos policiais e das polícias uma redução na criminalidade mesmo diante de um efetivo reduzidíssimo”, explica sobre o cenário.

“Falta de sensibilidade”

O presidente diz que houve falta de sensibilidade do governo na apresentação da proposta, face a todo o contexto que os servidores, em especial os militares, vivem. Na primeira rodada de conversas, o Fórum em Defesa dos Servidores e Serviços Públicos do Estado de Goiás pediu o reajuste de 25% das perdas salariais referentes à gestão do governador Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), de José Eliton e de Marconi Perillo. A contra-proposta ficou bem distante do almejado.

“Nós encaramos como uma falta de sensibilidade muito grande por parte do governo em reconhecer a necessidade de fazer a aplicação dessa justa e merecida reposição salarial, em alguns momentos o governo chegou a anunciar que não daria, a gente fica satisfeito pelo fato de ter retomado as negociações mas ao mesmo tempo ficamos muito frustrados e de certa forma, decepcionados pelo fato do governo ter tido a coragem, eu diria, de fazer essa proposta de fazer apenas em 5,5%”, explicou.

Outra reunião está prevista para quinta-feira (03/03) ou sexta (04/03), na esperança que seja apresentada uma proposta que agrade a categoria. Do contrário, haverá reação por parte das forças de Segurança Pública de Goiás.

“Nós alertamos o secretário [da Governadoria, Adriano da Rocha Lima] e discutimos com o próprio secretário de Segurança Pública [Rodney Miranda], e falamos para eles da nossa preocupação e da responsabilidade de cada um envolvido nessas negociações quando a crise que pode ser instalada no âmbito da segurança pública em Goiás”, pontuou.

Manifestação agendada para o dia 8 de março

Com clima de tensão no ar, as forças de segurança pública já agendaram um ato para o próximo dia 8 de março. Até lá, as categorias esperam que tudo esteja resolvido. Caso não, Paulo diz que talvez as entidades não consigam controlar os servidores, que estão “desesperados”. 

“Será uma manifestação geral de todos os agentes e militares que compõem a estrutura de segurança pública do Estado de Goiás e a depender da manifestação e do posicionamento que trouxer o governo nessa próxima reunião na quinta-feira vai nos gerar uma preocupação muito grande, inclusive, é um sentimento que as próximas entidades representativas não conseguem controlar”, alerta.

O contexto pandêmico acentua muito mais a crise em torno do reajuste. “Os militares passaram por uma exposição a problemas emocionais muito grande. Sepultamos mais de 150 policiais militares durante a pandemia. Onde esses profissionais encararam a problemática da pandemia sem paramentos e equipamentos que os desse condições de segurança para enfrentar. Quando a gente assiste esse problema agora de Minas, eu vejo que não tem diferença aqui para Goiás porque o sentimento de desespero e abandono é o mesmo”, destaca.

As manifestações em Goiás podem vir na esteira das que estão acontecendo em Minas Gerais. Lá, a categoria busca reajuste salarial e não aceitou a apresentada pelo Governo o que deu inicio a uma onda de protestos contra o governador Romeu Zema, do Novo. “A situação que está vivendo o estado de Minas Gerais, eu até entendo que ela não difere muito da nossa. É um momento em que os militares se encontram em uma situação de desespero. Nós passamos por uma agora e cito Goiás, especialmente nos últimos dois anos”, pondera. 

Dado todo o contexto, Paulo acredita que haverá muita adesão no ato do dia 8 de março. “Estamos mobilizando e acreditamos que dará um número muito expressivo de pessoas até mesmo em razão desse sentimento de frustração que está em cada agente de segurança”, conclui.


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