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Foi concluída pela Polícia Civil de Goiás a investigação da morte do vigilante penitenciário Eduardo Barbosa dos Santos de 34 anos. Ele foi morto a mando de detentos que estavam no presídio de Anápolis. Segundo a polícia, os bandidos assassinaram o agente de forma “aleatória”, pelo fato de ter participado de uma revista em que foram encontradas armas e drogas no interior da unidade.
Entenda o caso
Oito pessoas foram indiciadas pela prática do crime de homicídio. Quatro já estavam presos e outros quatro estavam em liberdade. Segundo as investigações, a ordem para o crime partiu de Wanderson Rithiele Assis Santana, vulgo Bola, preso por duplo homicídio. Ele determinou que Pedro Henrique Pereira da Silva, conhecido como “Pedrinho”, o qual agiu em conjunto com Anderson Diogo da Silva, apelidado de “Terrão”. Ambos estavam presos na cela 03 do Pavilhão “C” da Unidade Prisional de Anápolis.
Para a execução direta do assassinato, Pedrinho e Anderson contrataram Bruno César de Oliveira, vulgo “Gueroba”, e Wellington dos Santos Fernandes Miranda, também conhecido como “Satanás”, pelo valor de R$ 20 mil. Por meio de auxiliares fora do presídio, uma pistola calibre 9 milímetros foi entregue para Bruno César e Wellington, bem como um veículo Volkswagen Space/Fox clonado, utilizados no crime.
No dia do crime, Bruno César e Wellington foram para as proximidades do presídio e aguardaram a saída de um agente prisional sair do local. Bruno dirigia o veículo. Assim que notaram a saída da vítima, passaram a segui-la. Ao chegar a sua residência, Bruno foi morto com 24 disparos de arma de fogo.
De acordo com o titular do Grupo de Investigação de Homicídios de Anápolis, Vander Coelho, também foram indiciados Karlla Juliana da Silva, Lucas Machado Nascimento, Wellington dos Santos Fernandes Miranda, Islouvick Richars Salles e Klayton Silva Carvalho. Todos os autores tiveram prisões preventivas decretadas pelo Poder Judiciário e encontram-se presos, com exceção de Klayton Silva Carvalho que no mês de fevereiro morreu durante um confronto com policiais militares, logo após ter praticado crime de roubo em Goiânia.
Operação Regalia
De acordo com a Polícia Civil, a relação das consequências da Operação Regalia deflagrada pelo Ministério Público de Goiás que procurou apurar a conduta de agentes penitenciários em Anápolis. Os servidores estariam facilitando a entrada de armas, drogas e bebidas. Após a ação, houve uma mudança no comando do local.
Em 6 de dezembro as lideranças do presídio de Anápolis foram levadas para o Núcleo de Custódia. Eles voltaram para o local de origem, determinaram a execução do crime e agora estão no Presídio de Formosa, recentemente inaugurado pelo governo estadual. Ainda no período que voltaram do Núcleo de Custódia houve um endurecimento de ações de Segurança, situação que deixou os criminosos.
De acordo com as investigações, concluiu-se que o primeiro agente que saísse do plantão no dia 02 de janeiro deveria ser morto. Bandidos entenderam que houve rigidez na administração prisional. Na ocasião os agentes localizaram armas, drogas, bebidas e celulares na unidade no dia 29 de dezembro do ano passado.
O vigilante penitenciário foi executado na manhã do dia 2 de janeiro, no bairro Boa Vista, em Anápolis. Foram efetuados contra ele 24 tiros. O servidor havia saído do plantão de trabalho quando foi abordado e assassinado. A esposa e a filha de Eduardo, de 11 anos, chegaram a ouvir os disparos e praticamente presenciaram a morte do agente.
No mesmo dia, por volta das 17h20min, também foi assassinado o agente de segurança prisional Ednaldo Monteiro da Silva, 43 anos, na Região Central de Anápolis. A investigação deste caso ainda está em andamento.
Homicídios
De acordo com o delegado geral da Polícia Civil de Goiás, André Fernandes, após a morte do agente penitenciário, foi realizada a operação Manchester. Segundo ele, houve uma queda na quantidade de homicídios em Anápolis. Caiu de 22 em janeiro para 9 homicídios em fevereiro. O grupo comandado por Wanderson foi responsável por várias mortes de pessoas em Anápolis. Os bandidos determinavam a prática de crimes de dentro do presídio.
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