Mais um caso de racismo envolvendo aplicativo de entrega é registrado em Goiânia. Dessa vez, ao solicitar bolos no pote de uma confeitaria da capital, o cliente colocou como exigência no recibo, que o entregador fosse branco.
“Por favor, mandem um entregador branco, não gosto de pretos nem pardos. Venham rápido”, diz observação.
A dona da cconfeitaria conta que ficou indignada e revoltada quando leu a observação deixada pelo cliente. ”amente constrangedor e desumano. Fiquei tão desconcertada que até pedi desculpas para o motoqueiro quando ele veio buscar o pedido”, disse.
De acordo com a proprieária, após efetuar a entrega, o entregador disse que o pedido foi recebido por duas mulheres. “Ele veio contar que elas disseram que o pedido era delas, mas que não haviam escrito aquela mensagem. Parece que uma disse que foi o marido, depois disse que não foi. Não explicaram direito”, relata a empresária.
O delegado Joaquim Adorno, do Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri), informou que não recebeu nenhuma denúncia diretamente, mas que o caso será investigado pela Polícia Civil.
Em nota, o iFood disse que “repudia qualquer ato de discriminação” e que irá “iniciar um processo de investigação interno para que as devidas providências sejam tomadas. Leia na íntegra:
O iFood lamenta o caso e reforça que repudia qualquer ato de discriminação. A empresa preza por relações e ambientes seguros e livres de assédios, preconceitos e intimidação em todas ações que realiza, sempre baseado em respeito, conforme os valores presentes em seu Código de Ética e Conduta.
Por conta desse episódio, vamos iniciar um processo de investigação interno para que as devidas providências sejam tomadas, incluindo o descadastramento do cliente.
O iFood ressalta a importância de que sejam registrados em Boletins de Ocorrência junto às autoridades de segurança pública e segue à disposição para colaborar com as investigações, caso seja solicitada.
Casos de racismo, injúria racial, homofobia e vários outros contra entregadores de aplicativos, vem sendo registrados com frequência em Goiânia. Outro caso similar aconteceu no dia 20 de janeiro, quando o entregador de aplicativo Cleiton Cruvinel, de 41 anos, foi alvo de comentário racista ao realizar uma entrega a um cliente de um condomínio localizado no setor Vila Alpes, em Goiânia.
Após deixar a entrega, o cliente, um adolescente de 15 anos, foi até a plataforma e escreveu como justificativa: ”Entregador negro”. Na ocasião, de acordo com Cleiton, no momento da entrega ele sentiu indiferença no olhar do cliente, e quando retornou a lanchonete, tomou conhecimento do comentário deixado no chat do aplicativo.
O Diário de Goiás repercurtiu o ocorrido na época e conversou com representante da classe. Marcione Luiz disse, a nossa reportagem, que diariamente acontece algum tipo de discriminação com entregadores de aplicativos em Goiânia.
Ainda de acordo com Marcione, além de racismo, muitos entregadores de aplicativos sofrem todo e qualquer tipo de preconceito como também por exemplo, ataques homofóbicos.
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