A Polícia Civil de Goiás deflagrou duas operações para combater o roubo de cargas em Goiás. No sábado (10) a operação batizada de Milhão Dourado prendeu, em flagrante, dois homens suspeitos de desviarem cargas de sementes de milho e soja. Na segunda-feira (12), outras três pessoas foram presas, na cidade de Anápolis, na operação Saco Cheio. O trio é suspeito de integrar organização criminosa responsável por roubo de cargas e caminhões de transporte de secos e molhados.
A polícia ainda estima que três empresas foram vítimas desse golpe e somados os prejuízos pode chegar a R$ 10 milhões e 500 toneladas desviadas.
A polícia chegou até os suspeitos quando eles se preparavam para entregar em Aragoiânia cerca de 21 toneladas de milho que pela nota fiscal deveriam ter sido entregues em Goianira. O esquema era coordenado por Edson Morales de Araújo Gama, de 28 anos, e Ronnie Stefano Araújo Vieira, de 38 anos, que foram presos na ação. Eles compravam as sementes de distribuidoras de forma regular e, durante o percurso para entrega, entravam em contato com o motorista do caminhão se passando pelo proprietário da empresa e determinavam a mudança no local para descarregar a mercadoria.
“Eles usavam nomes de pessoas lícitas para adquirir essas cargas e faziam os desvios na entrega. Os indivíduos que foram presos criaram uma forma de agir diferente, o que dificultou na identificação de alguns membros da organização”, ressalta o delegado titular da Decar, Alexandre Bruno de Barros, Uma saca de milho que custa aproximadamente R$ 60, era repassada por cerca de R$ 30. Outras pessoas envolvidas no esquema já foram identificadas e devem ser presas em breve, conforme afirma o responsável pelas investigações. Eles foram autuados pelos crimes de furto qualificado mediante fraude, se condenados podem pegar de 2 a 8 anos de prisão.
Operação Saco Cheio
Na operação Saco Cheio desencadeada em Anápolis, na última segunda-feira (12) três mandados de prisão preventiva foram cumpridos contra Bruno Pereira Teles, de 21 anos, e duas mulheres com idades de 21 e 23 anos. A polícia não divulgou a identidade das jovens, pois elas estão colaborando com as investigações.
A organização criminosa é bem estruturada. Os indivíduos têm os papéis definidos e eles agiam no roubo de cargas de secos e molhados há mais de dois anos. O grupo já teve 12 integrantes, dois foram mortos pelos próprios comparsas e os outros foram identificados e devem ser presos nas próximas fases da operação.
“O esquema envolve organizações criminosas que atuam principalmente em Anápolis, hoje considerado o epicentro do roubo de cargas no País”, afirma o delegado. Os itens roubados nessas ações eram repassados para supermercados em Anápolis, Aparecida e Trindade. “Eles eram bastante agressivos com as vitimas e também roubavam o caminhão, adulterando os sinais identificadores e repassando para outros compradores”, explica.
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