07 de agosto de 2024
Emendas

Policarpo pede a vereadores R$ 100 mil de suas emendas para manutenção da Orquestra Sinfônica de Goiânia

Com crise institucional, músicos da Orquestra Sinfônica de Goiânia estão abrindo mão de seus cargos
Segundo os músicos, a categoria está sem reajuste salarial desde 2011 (Rafaella Pessoa/Divulgação)
Segundo os músicos, a categoria está sem reajuste salarial desde 2011 (Rafaella Pessoa/Divulgação)

Em sessão plenária realizada nesta quinta-feira (28), no plenário da Câmara de Goiânia, músicos da Orquestra Sinfônica de Goiânia (OSGO) solicitaram melhorias para a organização. Em resposta o presidente da Câmara de Goiânia, vereador Romário Policarpo (Patriota), propôs que cada um dos 35 vereadores reserve R$ 100 mil de suas emendas impositivas para a OSGO.

Dentre as melhorias, a orquestra solicita atualização salarial. Ao Diário de Goiás, profissionais da OSGO alegam que muitos músicos lutam para sobreviver, e até mesmo alguns estão desistindo e vendendo os seus instrumentos. Para eles, o salário atual não condiz com a realidade de 2023, visto que o reajuste é inexistente desde 2011.

Com 75 músicos e 40 cantores, a Orquestra Sinfônica de Goiânia (OSGO) é estrutura integrante da Secretaria Municipal de Cultura. Em um levantamento feito em maio de 2022, a organização revelou que que os profissionais de Goiânia recebem os salários mais baixos entre todas as orquestras do país.

Atualmente os músicos recebem cerca de R$ 2,2 mil mensais, enquanto os cantores ganham em torno de R$ 1,6 mil mensais. A título de comparação, músicos de outras orquestras do país, como as de São Paulo e Minas Gerais, têm vencimentos na casa dos R$ 14 mil e R$ 10 mil, respectivamente. Em Brasília, os salários chegam a ser 11 vezes superiores aos de Goiânia.

Além da questão salarial, a orquestra alega outros problemas. Com a grande onda de calor em Goiânia, os músicos possuem apenas uma sala com ar condicionado funcionando. Sendo então, impossível os ensaios com grupos maiores no local. A alternativa, segundo eles é buscar apoio em outros espaços em eventuais ensaios, como o Teatro Goiânia e a Vila Cultural Cora Coralina.

Sobre o repasse de emendas, os músicos alegam que será de grande ajuda, mas que a quantia precisa chegar até a instituição. Isso porque eles alegam que já tiveram outras emendas no passado, que nunca foram de fato repassadas para a orquestra.

Investimentos

Para sanar o impasse, o pedido feito por Policarpo foi prontamente acolhido pelos vereadores Anselmo Pereira (MDB), Isaías Ribeiro (Republicanos) e Denício Trindade (MDB), que se compromissaram a alocar R$ 100 mil de suas emendas para o grupo. O montante deve ser pago em fevereiro do próximo ano.

Em sua fala, o presidente da Câmara relembrou outro gesto semelhante da Casa, quando vereadores encaminharam recursos de suas emendas para a aquisição de instrumentos musicais para a banda da Guarda Civil Metropolitana de Goiânia (GCM). Embora considere a arrecadação um “afago”, ele defende que a reestruturação seja feita com melhores salários e condições de trabalho: “Já passou da hora”, disse.

Os músicos da orquestra têm esperança de reverter a situação e cobram do poder público. De acordo com a OSGO, a cultura proveniente da orquestra precisa ser valorizada. Eles defendem como sendo uma cultura mais distante da indústria e mais próxima da educação, sendo fundamental aos goianienses.


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