22 de dezembro de 2024
Política

Polêmicas, acusações e ameaças judiciais marcam indicação no Iphan

A indicação do advogado Alysson Cabral para substituir Salma Saddi na superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) pelo deputado federal Alcides Ribeiro (PP) provocou desconforto, acusações e até insinuações de ameaças judiciais. A troca do comando e o início da polêmica foi iniciada na última quarta-feira (18/09).

A polêmica começa com a indicação de Alysson que dá aulas na Faculdade Alfredo Nasser (Unifan) cujo proprietário é o Professor Alcides mas não tem experiência na área de preservação de patrimônio. Para o deputado, está tudo bem com relação a isso, já que o cargo é comissionado, então, trata-se de uma função de confiança. O órgão caiu no colo de Alcides por meio de um sorteio entre as bancadas. “O Iphan foi um cargo que foi sorteado para nós aqui (da bancada goiana). Foi feito o sorteio aqui no governo federal para cargos de Goiás, e o que sobrou para mim foi o Iphan”, disse o parlamentar ao Jornal O Popular. Na mesma entrevista, justificou a indicação. “Como o cargo é meu, vou indicar a pessoa que eu confio”.

Mas a polêmica teve o caldo engrossado quando Professor Alcides concedeu uma entrevista ao jornalista Marcos Cipriano, da BandNews FM. Na conversa o deputado reitera que o cargo é de confiança e aqueles que estão reclamando da indicação são aqueles que pleiteavam ficar à frente do órgão e não foram escolhidos, além de pessoas ligadas à Salma Saddi. Acusou-a de ser corrupta e ter um dossiê ‘que é de assustar’.

‘Relatório de assustar’
“Os que estão criticando são aqueles que gostariam de assumir ou aqueles ligadas à aquela mulher que estava lá há 20 anos sem produzir muito, mas que infelizmente, se corrompeu muito né? Nós temos um relatório de corrupções dela que é de assustar. Mas não vou entrar nesse mérito que não é problema meu”, disparou.

A fala não foi bem digerida por Salma que em entrevista ao mesmo Marcos Cipriano respondeu às acusações de Alcides. Disse que o deputado não conhecia nada de cultura e preservação de patrimônio. Colocou o seu sigilo bancário aberto para averiguação e o desafiou: apresente o documento com os supostos atos assustadores de corrupção.

‘Maldade produzida’
“O professor Alcides não precisa justificar a colocação de uma pessoa da confiança no meu lugar tentando me desmerecer. Isso é injusto, professor Alcides. O senhor não precisa fazer isso. Se o senhor tem esse instrumento como político, coloque. E eu como o senhor disse, não fiquei 20 anos no Iphan não. São 39 anos de vida dedicada ao patrimônio cultural brasileiro”, pontuou.

Salma insinuou uma possível calúnia por parte de Alcides. “O senhor não faz ideia da maldade que está produzindo!”. E o convidou para ficar frente à frente e conversarem sobre o assunto e a provar que existe mesmo um documento que aponta corrupção da parte da ex-superintendente. “Estou lhe convidando para ficar frente a frente comigo e me dizer as coisas que o senhor disse e trazer as provas e se o senhor quiser eu lhe entrego a autorização para abrir a minha conta bancária. Quem sabe o senhor faz uma vaquinha e coloque lá para me ajudar neste momento tão difícil que eu estou passando. Que o senhor possa refletir no que falou! Não precisa desmerecer as pessoas para justificar a sua ação.”, concluiu.


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