O Podemos deve, em breve, anunciar a retirada de apoio à pré-candidatura de Gustavo Mendanha ao Palácio das Esmeraldas para apoiar a reeleição do governador Ronaldo Caiado. Para isso, o diretório estadual do partido deve ser trocado.
A sigla hoje é comandada no estado pelo vice-prefeito de Aparecida de Goiânia, Vilmar Mariano, que integra o grupo político de Ronaldo Caiado. Segundo o vice-presidente nacional do Podemos, Eduardo Machado, a troca se dará porque não houve aplicação da atual direção na formação das chapas proporcionais.
“Temos como prioridade a formação da chapa a deputado federal. A gente notou que a direção estadual não estava imbuída nesse mesmo horizonte. Por isso buscamos uma nova direção, que optou por caminhar com o governador Ronaldo Caiado. Já temos, em menos de uma semana, uma chapa completa de candidatos a deputados federais e estaduais, que vai nos proporcionar representatividade”, disse ao DG.
O Podemos espera eleger dois deputados federais e quatro estaduais em Goiás. Machado, que vai assumir o Detran nessa costura política, diz que o apoio do Podemos ao governo é importante para atrair nomes competitivos para a chapas de deputados.
“Quando você vai montar uma chapa, é importante ter um lado definido. Muitas pessoas perguntam o lado. Por acreditarmos que o governo Caiado é sério, propositivo e íntegro, escolhemos esse lado para ter esse pilar e, a partir daí, buscar a formação de uma chapa. O resultado foi o mais positivo possível. Isso mostra que a maior parte dos agentes políticos goianos está do nosso lado”, avaliou.
Até esta quarta-feira (23), o presidente do Podemos em Goiás, Vilmar Mariano, nega que o partido vá deixar Mendanha.
Mendanha perdeu ‘timing’
Na avaliação do vice-presidente nacional do Podemos, o prefeito de Aparecida de Goiânia atuou mal na composição de apoios, demorando a escolher um partido e também na formação de alianças. O apoio dele ao presidente Jair Bolsonaro também foi mal visto pelas lideranças do Podemos, uma vez que Sergio Moro é o pré-candidato da sigla à presidência.
“Acho que ele perdeu o timing. Poderia ter lançado mais cedo esse desafio. Demorou para conquistar partidos aliados. Esse apoio a Bolsonaro veio numa hora incerta. Ele foi dar apoio ao presidente que não o apoia. Horas depois de declarar apoio ao presidente, o presidente deixou bem claro que não o apoia. E o Podemos tem candidato próprio a presidente da República, que é o Sergio Moro, então foi mais um motivo de tornar incompatível os caminhos de Mendanha e Podemos”, disse.
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