13 de dezembro de 2025
SUSPEITOS DE EXECUÇÃO • atualizado em 04/12/2025 às 15:48

PMs são presos em operação contra suposto grupo de extermínio em Goiânia

Sargentos e coronel são alvos de prisão e buscas em investigação sobre execução ligada a desvio de verbas da saúde
Militar preso (usando short) foi encaminhado para outro local - Foto reprodução Tv Anhanguera
Militar preso (usando short) foi encaminhado para outro local - Foto reprodução Tv Anhanguera

Dois policiais militares foram presos e um terceiro foi alvo de busca e apreensão, todos suspeitos de envolvimento em um grupo de extermínio que teria agido em Goiânia, por exemplo, na execução do comerciante Fabrício Brasil Lourenço, de 49 anos, em outubro. Outros dois homens foram presos, mas a identificação ainda não foi revelada.

Conforme a Tv Anhanguera, que confirmou os nomes dos alvos com fontes da Segurança Pública, foram presos o 1º sargento Leneker Breno Campos Aires de Oliveira, que faz parte do Gabinete Militar, na segurança da vice-governadoria, e o 3º sargento, Tiago Lemes de Oliveira.

Já o coronel Alessandro Regis Reis de Carvalho, que seria comandante do Serviço Aéreo do Estado de Goiás, também ligado ao Gabinete Militar, foi alvo de buscas e apreensões.

Mais cedo, a Polícia Civil não falou sobre a operação que deixou a porta da DIH movimentada na manhã desta quinta. Uma equipe da tv flagrou os PMs e dois civis chegando no local. Os policiais depois foram encaminhados para prisão em uma unidade militar.

Durante a tarde, a Polícia Civil divulgou nota confirmando que cumpriu quatro mandados de prisão temporária e nove mandados de busca e apreensão domiciliar, nesta quinta, nas cidades de Goiânia, Senador Canedo, Nova Veneza e Trindade – um dos PMs é de Trindade.

A nota confirma que a operação foi relacionada à investigação que apura o homicídio do comerciante e que ela segue em sigilo. Informações extraoficiais indicam que os civis presos seriam responsáveis por fornecer veículos e planejar a fuga nas ações do suposto grupo de extermínio.

PM informa que não admite desvios

A PM não comentou as razões da operação realizada pela Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios e nem e desdobramentos, como eventuais afastamentos até a apuração. Em nota ao DG, a assessoria da PM informou que o trabalho foi acompanhado pela Corregedoria da corporação e reforçou que “mantém compromisso com a ética, a moralidade e o cumprimento das leis, não admitindo quaisquer desvios de conduta”. (Leia a íntegra da nota ao final)

Morte de comerciante envolveria desvios na Saúde

Por enquanto, o principal crime investigado e atribuído a esse grupo de extermínio, seria o homicídio do comerciante Fabrício Brasil, que, ao ser executado por dois homens que estavam em uma motocicleta, era apenas o dono de uma discreta pastelaria no setor Bairro Feliz.

Entretanto, a DIH apura que o grupo teria tentado matar o homem em outra ocasião, errando o alvo. E o motivo seria relacionado a desvios na Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, na gestão passada, quando o comerciante era ligado a uma empresa investigada por envolvimento no desvio milionário de verbas da saúde na capital.

Na época, a investigação apontou que a vítima se sentia ameaçada e que os criminosos planejaram meticulosamente a ação e monitoraram a rotina dele antes da execução. “Os assassinos sabiam dos passos dele e agiram de forma precisa. Há indícios de que ele vinha sendo ameaçado, pois havia se mudado para um apartamento e adquirido um carro blindado. Essa circunstância nos leva a crer que ele estava se precavendo de algum atentado”, afirmou na época o delegado Vinícius Teles da DIH.

A vice-governadoria não comentou a prisão do segurança que seria lotado no órgão, nem a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a quem foi indicada uma possível manifestação neste sentido.

A reportagem não teve acesso aos contatos dos alvos e de suas defesas para ouvir suas versões. O espaço está aberto neste sentido.

Nota da PMGO

“A Polícia Militar de Goiás informa que a Corregedoria acompanhou integralmente o cumprimento dos mandados judiciais relacionados à investigação conduzida pela Polícia Civil.

A Instituição permanece à disposição das autoridades competentes e cumpre rigorosamente todas as determinações legais e judiciais.

A PMGO mantém compromisso com a ética, a moralidade e o cumprimento das leis, não admitindo quaisquer desvios de conduta.”

Assessoria de Comunicação Social

5ª Seção do Estado-Maior Estratégico – PMGO

Nota da PCGO

A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH), informa que cumpriu quatro mandados de prisão temporária e nove mandados de busca e apreensão domiciliar, nesta quinta-feira (4), nas cidades de Goiânia, Senador Canedo, Nova Veneza e Trindade, relacionados a investigação que apura um homicídio ocorrido no dia 4 de outubro de 2025, no Bairro Feliz, em Goiânia. No momento, não haverá entrevistas visto que as investigações estão em andamento e prosseguirão sob sigilo até a conclusão do Inquérito Policial.

Gerência de Comunicação da Polícia Civil de Goiás / PCGO


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