22 de dezembro de 2024
Crime

PMs são indiciados por falso confronto que resultou na morte de duas pessoas, no Setor Jaó

O celular de uma das vítimas teria gravado, sem que ela soubesse, o momento do crime
Foto: Reprodução/Jornal O Popular
Foto: Reprodução/Jornal O Popular

A Corregedoria da Polícia Militar de Goiás (PM-GO) indiciou seis policiais do Comando de Operações de Divisas (COD) pela execução de duas pessoas no Setor Jaó, no dia 1º abril. De acordo com informações do jornal O Popular, houve apresentação de falso confronto durante uma abordagem, que resultou na morte das vítimas.

A reportagem informa que, no relatório, o coronel Daniel Pires Aleixo, comandante de Correições e Disciplina da PM-GO (CCDPM), aponta uma série de contradições nas informações dadas pelos policiais, que ao contrário do posicionamento que tiveram para a Polícia Civil, apresentaram à corporação suas versões para o ocorrido.

“Todos aqueles que concorrem para a prática do crime, seja executando o ato principal ou fornecendo suporte, podem ser responsabilizados penalmente, cada qual conforme o grau de envolvimento e a contribuição para o resultado final”, enfatizou o coronel, no relatório final.

Conforme a reportagem, o caso ganhou repercussão após vazar um vídeo gravado a partir de um programa espião instalado no celular de uma das vítimas. As imagens mostram as vítimas desarmadas e os policiais retirando duas armas de sacos e dando tiros para o alto com elas, além de arrastarem um dos corpos do local onde caiu.

A reportagem frisa que, segundo o comando de correição, os policiais apresentaram versões distinta no registro de ocorrência feito logo após a abordagem e no depoimento, como, por exemplo, objetos encontrados na cena do crime, pane em arma de fogo e celular deixado sobre o teto veicular.

Na versão dos policiais, o celular da vítima sumiu após ter sido retirado do chão e colocado no teto do veículo. Entretanto, para o coronel, é impossível que ninguém tenha notado o celular em cima do carro por tanto tempo até ser supostamente extraviado ou ido ao chão após levarem o carro para uma garagem.

“Do momento em que os fatos ocorreram até a liberação do veículo pelo delegado, várias horas se passaram (cerca de quatro horas, como mencionado). Durante esse período, é altamente improvável que ninguém tenha notado um objeto visível como um celular sobre o teto do veículo, especialmente considerando a presença constante de policiais e outros indivíduos na cena”, frisou.

De acordo com a reportagem, foram apontadas pelo menos 10 contradições nas versões apresentadas, que envolvem desde o motivo da abordagem ao posicionamento dos policiais na cena do crime. O comandante do CCDPM afirmou que os próprios policiais mudaram a versão em interrogatórios distintos.

Além disso, o coronel enfatiza que os acusados não agiram conforme determina o Procedimento Operacional Padrão (POP). Os crimes são os previstos pelo Código Penal Militar (CPM). Foi aberto, também, um Processo Administrativo Disciplinar Ordinário que pode resultar de uma advertência até a expulsão dos policiais da corporação.


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