24 de dezembro de 2024
Política • atualizado em 12/02/2020 às 23:39

PMDB responde ataques de aliados de Perillo a Iris

O diretório estadual do PMDB, por meio do presidente Samuel Belchior, respondeu os ataques feitos pelo PSDB estadual e pelo vice-governador José Eliton ao ex-prefeito de Goiânia, Iris Rezende.

Eliton e o diretório tucano usaram um texto e um artigo no Jornal O Popular para responder críticas feitas por Iris ao governo de Marconi Perillo durante um encontro fechado do PMDB, em Catalão. Com expressões duras, o vice-governador chegou a dizer que Iris se comporta com “profunda arrogância e desprezo pelos integrantes do próprio partido” e que teria postura “messiânica”.

Samuel Belchior foi mais polido e lembrou que “em Goiás, estabelecer um debate crítico é um desafio”. Para o presidente, “estranha o vice-governador do estado, vir com tanta acidez, ofender a pessoa do ex-governador Iris Rezende, chamando-o de orgulhoso e messiânico”.

“Ora, orgulhoso é um político que começou sua carreira agora, nos braços de outros mais experientes, não reconhecer o que Iris representa como político, coisa que até seus adversários históricos reconhecem”, diz.

Veja o artigo de Samuel Belchior, na íntegra:

“Em Goiás, estabelecer um debate crítico é um desafio. O PMDB assumiu a responsabilidade de pontuar a relação entre a insatisfação popular, clara nas pesquisas e nas ruas e o que as motivou. O PSDB e o governo não respondem às críticas, mas tentam desqualificar quem as faz. Mais uma vez, num discurso que já cansou a população e que não queremos prolongar.

Estranha o vice-governador do estado, vir com tanta acidez, ofender a pessoa do ex-governador Iris Rezende, chamando-o de orgulhoso e messiânico. Ora, orgulhoso é um político que começou sua carreira agora, nos braços de outros mais experientes, não reconhecer o que Iris representa como político, coisa que até seus adversários históricos reconhecem.

As críticas e questionamentos que o PMDB faz em seus artigos e análises deveriam receber respostas práticas. Em vez de tecer uma defesa legítima, o PSDB e o governo se agarram à prática também repetitiva de distorcer o que é dito, distorcer os fatos em seu favor e desconsiderar contextos para validar, repito, uma conduta que só 21% dos goianos ainda aprovam.

Entendo que não é uma situação fácil para o governo gastar a fortuna que gasta com propaganda e mídia e ver caindo a seu redor o castelo que foi construído comprando bajuladores, calando opositores mais argutos, usando pra isso a máquina pública e a influência nas outras instituições.

O PSDB nos chama às comparações e quer medir nos mesmos pratos o que Iris fez em seus governos, há 30 anos, com os recursos que havia à época, e o que Marconi entrega à população depois de comprometer o estado com milhões e milhões em empréstimos junto ao governo federal.

Peço ao PSDB que seja honesto com o goiano. O que representou o governo de Iris para Goiás? Foi o momento em que o estado foi projetado nacionalmente pelo caráter inovador da gestão que o PMDB realizou. Só em rodovias pavimentadas construímos 8 mil km. Entregamos a quarta etapa de Cachoeira Dourada. No interior, na época anterior ao governo Iris, não havia luz elétrica em boa parte das cidades. Levamos energia para todo o estado, que incluia o que hoje é o Tocantins. O setor produtivo, a agricultura goiana, se fortaleceu com os investimentos estruturais que nunca tinham sido feitos e que não se repetiram com o mesmo impacto sem o PMDB.

O PMDB teve pressa em responder às necessidades do estado. Não ficamos martirizando o povo com esperas sem fim. Precisávamos de sala de aula, fizemos mil salas, em regime de mutirão, em uma semana. Era a necessidade de Goiás naquela época, o estado tinha pressa e soubemos responder com criatividade, vontade política e gestão às necessidades expressas.

E o que o PSDB fez? O que foi feito que tenha sido genuíno e sem maquiagem?

O PSDB pode dizer que criou a UEG? Quando na verdade, a universidade goiana nasceu da Universidade de Anapolis, também criaçao de Iris, que foi apropriada por Marconi ao apenas, com uma canetada, mudar o nome da instituição? O que foi feito com a universidade é só um exemplo, uma ilustração da prática política adotada nos últimos anos.

O que o PSDB não entende é que a reclamação das ruas é justamente contra essa enganação verborrágica. Como bem escreveu a editora chefe de O Popular, Cileide Alves, o que está condenado é o subterfúgio de confundir a opinião pública misturando os fatos, distorcendo dados e tentando sufocar o contraditório.

Esse é também o caso do sigilo bancário, já respondemos inúmeras vezes. Iris não se furtou a apresentar documento nenhum em época nenhuma. No ano passado, ele e o prefeito Paulo Garcia apresentaram a documentação à CPI criada para investigar a relação de Cachoeira com o governo e prefeituras. Isso foi divulgado pelos jornais e também foi divulgado que a Assembleia não poderia investigar prefeituras, apenas o governo, por um entendimento do Tribunal de Justiça. A quem convém mudar a história?

Aliás, de 1998 a 2006, já é de conhecimento público que a vida de Iris foi investigada pelo MPGO após uma interpelação de Marconi. Marconi também foi interpelado, na mesma época, mas até hoje, não fomos informados do resultado do processo.

Questionado, o governo precisa apresentar respostas e não insultos. Nós reconhecemos que as ruas despertaram, o povo goiano nos tomou pelos ombros, nos sacudiu, alertando que, como oposição, como maior partido do estado, somos a voz para clamar contra o desgoverno. Reconhecemos que durante muito tempo estivemos dormindo. O clamor das ruas nos despertou e como tenho deixado claro em todas as minhas falas, estamos trabalhando, em processo de construir com esse mesmo povo um projeto de governo que, não se propõe a ser “salvador da pátria”, no sentido irônico que nossos adversários usam, mas se propõe sim, a repetir o feito que muito nos engrandece de levar Goiás a mais um tempo de crescimento e desenvolvimento real.”


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