Os senadores do PMDB oficializaram nesta terça-feira (31) a indicação do líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), candidato ao comando da Casa. A eleição será nesta quarta (1º).
Em seu último dia na Presidência do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) foi indicado novo líder do partido na Casa, assumindo o lugar de Eunício.
A bancada se reuniu esta manhã na residência oficial do Senado. As indicações, que já estavam sinalizadas, precisavam apenas de um aval de todos os senadores da bancada.
Dos 19 peemedebistas, apenas Roberto Requião (PR) não esteve presente.
Insatisfeito com o que tem chamado de “base fisiológica”, o senador pelo Paraná ainda tenta viabilizar uma candidatura “de protesto”. Sabe que não terá votos para derrotar Eunício, favorito na disputa. Pode, contudo, ter alguns votos do PT, que está dividido.
Ele chegou a entregar uma lista de propostas a Eunício, que prometeu analisá-las. Requião afirma, contudo, ter preocupação com as denúncias da Lava Jato.
“Vamos eleger uma Mesa refém do STF. Não vão poder contestar nenhuma medida do Supremo, porque poderão ser retaliados com denúncia aceita. Perdemos a importância institucional”, disse o senador em referência a Eunício, que é citado em delações da Lava Jato.
As negociações para a composição da futura Mesa Diretora contam, por exemplo, com senadores como Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) na primeira vice-presidência, e José Pimentel (PT-CE) na primeira-secretaria, ambos também mencionados nas delações da operação.
Eunício reuniu em torno de si a maioria absoluta dos partidos. Em um longo processo de preparo para o comando do Senado, vem angariando apoios desde a última eleição da Mesa Diretora, em 2015.
Adversário
Embora também seja uma candidatura que não represente risco a Eunício, José Medeiros (PSD-MT) mantém seu nome na disputa. O novato é visto como um adversário “fraco” e “pouco convincente”, que se colocou somente para “conseguir espaço na mídia”.
Maior bancada do Senado, o PMDB ganhou mais dois senadores nesta terça: Elmano Ferrer (CE) e Zezé Perrela (MG). Passa, assim, de 19 para 21 cadeiras na Casa.
Como maior bancada, o partido tem direito ao maior número de cargos, pela proporcionalidade. É com base nesse critério que a sigla acredita ter o direito de indicar o novo presidente. O regimento interno, contudo, fala em respeito à proporcionalidade “tanto quanto possível”.
A eleição do Senado ocorre na quarta (1º), a partir das 16h.
Folhapress
Leia mais:
- Câmara e Senado elegem presidentes e retomam trabalhos legislativos esta semana
- PT adia decisão sobre apoio a Eunício em disputa pela presidência do Senado
- Defesa de Cabral cita Eunício e Pezão para tirar caso de juiz do Rio
Leia mais sobre: Brasil