23 de novembro de 2024
Brasil

Planalto recebe lista tríplice para sucessor de Rodrigo Janot

A ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) protocolou na manhã desta quarta-feira (28) na Presidência da República a lista tríplice para a sucessão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

A intenção do presidente da entidade, José Robalinho, era entregá-la pessoalmente ao presidente Michel Temer. O Palácio do Planalto, no entanto, não respondeu ao pedido de audiência, o que o levou a protocolá-la oficialmente.

O documento, contudo, ainda não chegou ao presidente. A entrega é apenas um gesto simbólico, que não estabelece prazo para que o presidente escolha um nome. O peemedebista, aliás, não é obrigado a escolher alguém da lista tríplice.

Pela Constituição Federal, ele pode nomear qualquer integrante do Ministério Público da União com mais de 35 anos de idade. O mandato de Rodrigo Janot termina em 17 de setembro.

Em conversas reservadas, no entanto, o presidente já disse que escolherá alguém da lista tríplice, mas não o primeiro colocado, o subprocurador-geral, Nicolao Dino.

Além de Dino ser próximo de Janot, contra quem Temer tem iniciado uma disputa pública, ele é irmão do governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), que faz oposição à gestão federal.

Segundo assessores e aliados do presidente, o seu favorito é o subprocurador-geral Mario Bonsaglia, visto como moderado e aberto ao diálogo. Mas que, com Dino em primeiro, o presidente poderá optar por Raquel, que faz oposição a Janot.

A avaliação é de que seria mais fácil justificar a escolha dela, sem respeitar a ordem da lista, com o argumento de que Temer optou por fazer uma indicação histórica ao nomear a primeira mulher procuradora-geral da República.

O resultado da votação surpreendeu Temer, que esperava Bonsaglia em primeiro lugar, seguido por Raquel e Dino. Momentos antes da divulgação, porém, assessores captaram o crescimento de Dino e a queda de Raquel na preferência dos procuradores, mas ainda tinham dúvidas sobre o impacto dessas mudanças.

No Palácio do Planalto, há auxiliares de Temer que defendem uma indicação breve, já em julho, qualificando uma voz dissonante da de Janot, mas também há quem avalie que o presidente não deva fazer a escolha “no afogadilho”, para não parear seus atos aos do procurador-geral, a quem acusa de agir com pressa.


Leia mais sobre: Brasil