O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi informado de que as negociações de seu acordo de delação foram suspensas pela Procuradoria-Geral da República.
Pessoas que estiveram com o ex-deputado após o episódio relatam que ele não se exaltou ao receber a notícia. O peemedebista está preso há dez meses no Complexo Médico Penal, em Pinhais (PR).
Os advogados de Cunha estudam a possibilidade de insistir na delação após a troca do procurador-geral da República. No dia 17 de setembro, Rodrigo Janot será substituído por Raquel Dodge.
Segundo envolvidos nas tratativas, o principal motivo da suspensão das conversas são os temas pouco consistentes oferecidos pelo ex-deputado. Como a Folha de S.Paulo informou em julho, os investigadores vinham insistindo para que Cunha apresentasse informações sobre uma conta ou um trust em paraíso fiscal que pudesse ter ligação direta com Temer.
Outra condição para que as negociações evoluíssem era que Cunha entregasse fatos ilícitos envolvendo aliados, como os deputados do “centrão” -bloco que o ajudou a se eleger presidente da Câmara em 2015 e que foi determinante para o impeachment de Dilma Rousseff em 2016.
Um das principais críticas dos investigadores é que desde que o ex-deputado começou a negociar seu acordo, há cerca de três meses, ele focou somente em temas espinhosos para seus inimigos e tentou reduzir danos em relação aos aliados.
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