23 de dezembro de 2024
Cidades • atualizado em 13/02/2020 às 09:22

PF prende pais, médicos e idoso de 80 anos em operação contra pedofilia

Sede da Polícia Federal em Goiânia
Sede da Polícia Federal em Goiânia

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (25), a segunda fase da operação Glasnost, que visa combater a exploração sexual de crianças e o compartilhamento de pornografia infantil na internet em 14 Estados do país.

Foram expedidos três mandados de prisão preventiva nas cidades de Paranapanema (SP), Santarém (PA) e em Guarujá (SP) e outros dois de condução coercitiva. Durante o cumprimento das prisões, a PF acabou localizando outros suspeitos, o que elevou para 30 o total de presos -27 em flagrante e outros três de forma preventiva, segundo balanço parcial da instituição.

Os crimes aconteciam, em sua maioria, na casa das vítimas. Entre os investigados estão pais, estudantes, professores, médicos e um idoso de 80 anos.

A ação conta com a participação de 350 agentes que buscam cumprir outros 72 mandados de busca e apreensão em 51 cidades nos Estados de Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Ceará, Pernambuco, Bahia, Maranhão, Piauí, Pará e Sergipe.

Segundo o coordenador da operação, o delegado Flávio Augusto Palma Setti, a ação teve início em 2010, quando um estudante de medicina foi preso sob a suspeita de utilizar um site russo para compartilhar fotos e vídeos de crianças nuas. “De lá para cá, esse site continuou sendo monitorado e conseguimos localizar novos suspeitos”, disse o delegado.

O site russo servia como uma espécie de “ponto de encontro” de pedófilos em todo o mundo. Brasileiros e estrangeiros compartilhavam pornografia infantil por meio do portal.

Os suspeitos produziam e armazenavam fotos e vídeos de crianças, adolescentes e até bebês, muitos deles sendo abusados sexualmente por adultos, e as enviavam para contatos no Brasil e no exterior. Ao menos 15 vítimas foram identificadas.

Uma primeira fase da operação ocorreu em 2013, quando foram cumpridos 80 mandados de busca e prisão e realizadas 30 prisões em flagrante por posse de pornografia infantil.

Na ocasião, foram ainda identificados e presos diversos abusadores sexuais, bem como resgatadas vítimas, com idades entre cinco e nove anos.

Nesta segunda fase, a PF listou quatro casos que chamaram a atenção durante as investigações. Em Vila Velha (ES), um pai foi preso por abusar da própria filha durante sete anos. Ele filmava e postava os atos na internet.

Em Jundiaí, na Grande São Paulo, outro homem foi preso sob a suspeita de fotografar e aliciar crianças nas ruas da cidade. Algumas das vítimas, segundo a PF, foram abusadas sexualmente.

Em Praia Grande, no litoral paulista, outro pai também foi preso sob a acusação de abusar sexualmente da filha por ao menos seis anos. “Ele só parou com os abusos por medo dela falar sobre o caso com as amigas”, adiantou Setti.

E na cidade de Bauru, no interior paulista, um porteiro foi detido após ser flagrado tirando fotos de crianças no condomínio onde trabalhava.

Os suspeitos vão responder na Justiça pelos crimes de posse, produção e compartilhamento de conteúdo pornográfico infantil, além do crime de abuso sexual contra crianças e adolescentes.

Operação

O nome “Glasnost” faz uma referência ao termo russo que significa transparência. A palavra foi escolhida porque a maior parte dos investigados utilizava servidores russos para a divulgação de imagens de menores na internet e para realizar contatos com outros pedófilos ao redor do mundo. (Folhapress)

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