A Polícia Federal (PF) prendeu em Goiás cinco pessoas investigadas por participação na maior fraude digital contra o sistema financeiro nacional, que desviou mais de R$ 813 milhões de contas usadas por bancos e instituições de pagamento para gerenciar transferências Pix de seus clientes. As prisões foram nesta quinta-feira (30), na segunda fase da Operação Magna Fraus, para alcançar investigados no Brasil, Espanha e Portugal.
Em Goiás foram expedidos 25 mandados de busca e apreensão e 12 mandados de prisão de integrantes do grupo criminoso especializado em fraudes bancárias. No total, foram expedidos 42 mandados de busca e apreensão e 26 de prisão (19 preventivas e 7 temporárias).

A PF considera a fraude como uma das maiores contra o sistema financeiro brasileiro, tendo afetado oito bancos, vítimas das invasões digitais e dos desvios de valores do Pix de compensações financeiras. Esses valores desviados estavam sendo convertidos em criptoativos como forma de disfarçar a origem ilícita. Depois, o grupo adquiria imóveis, carros e joias.
A Polícia Internacional (Interpol) participou da operação para localizar os envolvidos que estão em outros países, fazendo 6 prisões na Espanha e 1 na Argentina até o final da manhã desta quinta.
Segundo a PF, a ousadia do grupo era tanta que eles se reuniram em um hotel de Brasília durante o momento do desvio e parte, inclusive, fretou um jatinho para fugir para a Argentina juntos.
No Brasil, a operação atingiu as seguintes localidades:
- Goiânia (GO),
- Brasília (DF),
- Itajaí (SC),
- Balneário Camboriú (SC),
- São Paulo (SP),
- Praia Grande (SP),
- Belo Horizonte (MG), Betim (MG),
- Uberlândia (MG),
- João Pessoa (PB),
- Camaçari (BA).
Bloqueio de bens
Também foram determinadas medidas de bloqueio de bens e valores, na ordem de até 640 milhões de reais. O delegado Isalino Giacomet Júnior, da Diretoria de Combate a Crimes Cibernéticos da PF, informou que durante a operação, “foram apreendidos mais de 15 veículos, 25 imóveis sequestrados e valores em criptoativos sequestrados de mais de R$ 1 milhão, o que ajuda na recuperação de ativos ilícitos decorrentes desses crimes”. Também foram encontradas armas, munições, muitas joias e relógios caros, além de bolsas e sapatos de grifes.

A PF observou ainda que a difusão vermelha da Interpol participou para identificar foragidos do país após a fraude. As prisões internacionais estão sendo executadas simultaneamente também pela Brigada Central de Fraudes Informáticos da Polícia Nacional da Espanha e de órgãos policiais da Argentina e de Portugal, por meio de cooperação policial internacional.
Os investigados podem responder por crimes de organização criminosa, invasão de dispositivo informático, furto mediante fraude eletrônica e lavagem de dinheiro.
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