19 de dezembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 00:28

PF envia ao Supremo gravações feitas por Calero no caso do prédio de Geddel

Foto: Beto Barata/PR
Foto: Beto Barata/PR

A Polícia Federal enviou para o STF (Supremo Tribunal Federal) as gravações feitas por Marcelo Calero, ex-ministro da Cultura, no caso do prédio em Salvador que era de interesse do ex-ministro Geddel Vieira Lima.

Segundo a Folha de S.Paulo apurou, a PF fez uma análise do material para saber se os registros eram audíveis e se sofreram alguma edição, e o encaminhou ao Supremo na manhã desta terça-feira (29).

O material conta com gravações de conversas com autoridades em ligações telefônicas. Os registros foram feitos por Calero com um gravador digital, também entregue à PF.

O ex-ministro da Cultura, em depoimento à PF no último dia 19, afirmou que sofreu pressão e foi “enquadrado” pelo presidente Michel Temer para resolver a situação do prédio embargado, que não estava boa para Geddel.

Nesta segunda (28), a PGR (Procuradoria-Geral da República) requisitou oficialmente à PF o encaminhamento dos áudios, com o argumento de que teria de ter em mãos todos os elementos probatórios para decidir se pede ao STF a abertura de um inquérito sobre políticos com foro privilegiado.

No material, há uma ligação protocolar de Calero com Temer e conversas com o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil). Gustavo Rocha, assessor jurídico da Presidência da República, também fez telefonemas para o ex-ministro da Cultura para dar orientações sobre o que fazer no caso.

O STF deve encaminhar os áudios à PGR, a quem compete pedir à corte autorização para instaurar inquérito sobre autoridades com foro privilegiado -no caso, Padilha e Temer.

O caso

Calero, que se demitiu na semana retrasada, disse ter sido pressionado pelo então ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) a rever um parecer do Iphan (instituto do patrimônio histórico) nacional que proibiu a construção do edifício La Vue Ladeira da Barra, onde Geddel diz ter comprado um apartamento.

Em meio à crise gerada pelo caso, Geddel também deixou o governo. Com isso, ele perdeu o foro privilegiado -um eventual inquérito sobre ele tramitaria em primeira instância, não no Supremo.

Além de ter acusado Geddel, o ex-ministro da Cultura afirmou ter sido “enquadrado” pelo presidente Temer e procurado pelo ministro Padilha, da Casa Civil. Ambos negam ter pressionado Calero para beneficiar Geddel.

Folhapress

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