05 de dezembro de 2025
"RIO DE OURO"

PF cumpre 31 mandados em Goiás e outros seis estados contra grupo que movimentou R$ 200 milhões em ouro e pedras preciosas

Operação Ita Yubá (rio de ouro em Tupi) mira organização criminosa que atuava em sete estados com extração e venda ilegal de ouro e lavagem de dinheiro
Barras de Ouro e dinheiro estão entre os itens apreendidos na operação - Fotomontagem: divulgação PF
Barras de Ouro e dinheiro estão entre os itens apreendidos na operação - Fotomontagem: divulgação PF

Uma operação da Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (12) atingiu um grupo suspeito de movimentar cerca de R$ 200 milhões com extração e venda ilegal de ouro e de outras pedras preciosas em quatro cidades de Goiás, além de Brasília (DF), e cidades do Mato Grosso, Pará, Maranhão, São Paulo e Minas Gerais. Foram cumpridos 31 mandados de busca e apreensão na Operação Ita Yubá (rio de ouro em Tupi).

O metal era extraído de áreas não autorizadas pela Agência Nacional de Mineração (ANM) e sem licenciamento ambiental.

Os suspeitos compravam, transportavam e vendiam minérios ilegalmente e seus nomes não foram divulgados. Foram encontradas barras de ouro, dinheiro, armas e carros de luxo. A Justiça determinou o sequestro de apartamentos, casas e fazendas, além de duas aeronaves que estavam em poder do grupo.

A PF apurou que os suspeitos abasteciam empresas do setor de joias, lavavam dinheiro com as vendas e estavam envolvidos em lavagem de dinheiro e enriquecimento ilegal.

Os alvos da operação estavam em:

  • Goiânia, Senador Canedo, Aparecida de Goiânia e Uruaçu, no norte de Goiás
  • Brasília, Distrito Federal
  • Capanema e Cumaru do Norte, no Pará
  • Luís Domingues, Maranhão
  • Pontes e Lacerda, Mato Grosso
  • Palmas, Tocantins
  • Uberlândia, Minas Gerais
  • São José do Rio Preto, São Paulo

O chefe da Delegacia do Meio Ambiente da PF em Goiás, delegado Sandro Paes Sandre, explicou que as investigações iniciaram há aproximadamente dois anos com a primeira fase da Operação Sólidos. Na fase inicial, foi identificado um grupo especializado na extração, aquisição, transporte e comercialização do ouro em natura já transformado em barras encomendadas por terceiros.

“Identificamos, naquela oportunidade, garimpeiros que estariam fazendo a extração de ouro de leitos de rios na região norte do estado de Goiás [Uruaçu] e vendendo de forma clandestina para uma pessoa que estava adquirindo e repassando na forma de barra de ouro para alguns receptadores”, relatou.

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Segundo ele, a partir da análise dos aparelhos celulares que foram coletados na época, foi possível identificar uma organização criminosa com maior atuação em sete estados do país, e avançar na investigação que culminou com a operação de agora.

“Essas pessoas adquiriam esse ouro em natura, fundiam o ouro para transformá-lo em barras e vendiam para empresas interessadas em sua aquisição no estado de São Paulo”, detalhou o delegado.

Na primeira fase da operação Sólidos, a polícia descobriu um laboratório no fundo de uma empresa de Goiás, onde o mineral era fundido. Nesta nova fase, um laboratório desativado foi localizado no Tocantins e outro em Goiânia.


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