26 de novembro de 2024
Brasil • atualizado em 12/02/2020 às 23:47

PF comprova pagamento de R$ 11,8 milhões de propina a Dirceu

A medida busca evitar que Dirceu seja alvo de uma ordem de prisão. (Foto: Agência Brasil)
A medida busca evitar que Dirceu seja alvo de uma ordem de prisão. (Foto: Agência Brasil)

Brasília e São Paulo – As investigações da Operação Lava Jato indicam que o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil/Governo Lula) recebeu R$ 11,8 milhões em propinas do esquema de corrupção na Petrobras. Esse é o valor comprovado, segundo a PF, mas os investigadores estimam que Dirceu pode ter embolsado outros R$ 7 milhões provenientes de contratos firmados em sua área de influência na petroleira.

Relatórios de investigação da PF apontam, ainda, que o esquema de corrupção atribuído a Dirceu, que chefiou a Casa Civil no primeiro mandato de Lula, movimentou mais de R$ 59 milhões propinas. A PF estima que o valor pode ultrapassar os R$ 84 milhões.

O petista recebeu mais do que o ex-diretor da Petrobras Renato Duque que, segundo as investigações, foi destinatário de R$ 7,6 milhões em propina enquanto esteve na Diretoria de Serviços, em valores já confirmados.

Nesta terça-feira, 1, o ex-ministro, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o ex-diretor da Petrobrás Renato Duque e mais 12 investigados foram indiciados criminalmente pela Polícia Federal no inquérito da Operação Pixuleco – desdobramento da Lava Jato.

Dirceu é acusado de formação de quadrilha, falsidade ideológica, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

A defesa do ex-ministro José Dirceu informou que está “analisando a denúncia” apresentada pela Polícia Federal e que se “manifestará oportunamente”.

O advogado Luiz Flávio Borges D’Urso, que defende João Vaccari Neto, disse que ainda não teve acesso ao relatório da Polícia Federal, mas rechaçou o indiciamento do ex-tesoureiro do PT. “Eu não tive acesso aos elementos que fundamentam essa decisão de indiciamento. Mas, tendo as imputações que se identificam não há nada de diferente do que já temos conhecimento.”

D’Urso sustenta que as acusações a Vaccari são baseadas apenas no relato de delatores que fizeram acordo com a força-tarefa da Operação Lava Jato, em troca de redução de pena ou mesmo do perdão judicial.

“São imputações, na sua totalidade, baseadas em delações premiadas marcadas pela ausência de provas para corroborar as informações nelas contidas. Todas as investigações são baseadas nessas delações, inclusive o próprio processo (que Vaccari já responde por corrupção e lavagem de dinheiro), cuja instrução já se encerrou e se aguarda a sentença”, destacou D’Urso. “O sr. Vaccari nunca arrecadou propinas em momento algum. Jamais ele se prestou a arrecadar qualquer recurso de origem ilícita. Sua atuação, enquanto tesoureiro, era de solicitar doações ao Partido dos Trabalhadores, doações legais, todas depositadas em conta bancária, com respectivos recibos. As contas foram prestadas às autoridades competentes.”

(Estadão Conteúdo)

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