19 de dezembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 01:33

PF busca joias ‘desaparecidas’ de Adriana Ancelmo

A Polícia Federal cumpre na manhã desta sexta-feira (23) dois mandados de busca e apreensão para tentar localizar joias atribuídas à ex-primeira-dama do Rio Adriana Ancelmo não encontradas em operações anteriores.

Agentes foram à casa de Gilda Maria de Sousa Vieira, governanta da família do ex-governador Sérgio Cabral, e de Núsia Ancelmo, irmã da ex-primeira-dama.

A Folha de S.Paulo revelou no mês passado que as joias mais caras atribuídas a Ancelmo não foram encontradas pela PF nas duas buscas e apreensões realizadas no apartamento do casal, no Leblon (zona sul).

Os agentes recolheram 127 joias e 13 relógios em 17 de novembro e 6 de dezembro. Contudo, não encontraram as peças mais valiosas que, segundo a H. Stern, que firmou delação premiada, e Antônio Bernardo, que deu informações e negocia delação, relataram terem vendido ao casal. Sabe-se ainda que Cabral e Ancelmo adquiriram joias em outras lojas também.

GOVERNANTA

A operação desta sexta (23) começou após a Polícia Civil do Rio receber a informação de que Vieira tentara revender duas joias de Adriana Ancelmo à Antonio Bernardo. Ela declarou à joalheria que recebera as peças como forma de pagamento.

Ao Ministério Público Federal, disse que, antes da prisão de Cabral, recebia cerca de R$ 10 mil por mês, sendo apenas R$ 3.000 registrado na carteira de trabalho, e o restante em dinheiro. Segundo ela afirmou, desde março os pagamentos em dinheiro foram interrompidos, motivo pelo qual ela tentou revender as joias.

As informações preliminares indicam que algumas peças foram apreendidas na casa de Núsia. Mas ainda serão submetidas a perícia para identificar se são as joias atribuídas à ex-primeira-dama. Nada foi localizado na casa de Vieira.

A Procuradoria acusa Cabral e Ancelmo de usarem a compra de joias como uma forma de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio. As compras, de acordo com as investigações, eram feitas em dinheiro sem emissão de nota fiscal e registrada nas empresas por meio de um sistema paralelo para evitar a identificação do casal.

A defesa de Ancelmo já afirmou em outras oportunidades que a H. Stern e a Antônio Bernardo atribuem à sua cliente “joias jamais adquiridas por ela”.

Em depoimento à Justiça Federal, a ex-primeira-dama do Rio de Janeiro negou ter comprado joias de valor alto. Disse que ou as recebia de presente, sem saber a forma de pagamento, ou pagava as suas com cartão de crédito.

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