A escalada dos preços do petróleo levou a Petrobras a lucro de R$ 10,072 bilhões no segundo trimestre, o melhor resultado desde o segundo trimestre de 2011.
No ano, o lucro acumulado da estatal soma R$ 17,033 bilhões, também o melhor desde 2011.
Segundo a companhia, o resultado reflete aumento nas margens de exportação de petróleo com a alta das cotações internacionais e a um aumento de 6% nas vendas de gasolina e diesel diante da recuperação de mercado que havia sido perdido para importações.
O presidente da estatal, Ivan Monteiro, classificou o resultado como “robusto” e defendeu que “uma Petrobras saudável” contribui com o pagamento de impostos, geração de empregos e investimentos.
Com o resultado, a Petrobras decidiu pagar R$ 652,2 milhões em dividendos a seus acionistas, o equivalente a R$ 0,05 por ação. No primeiro trimestre, a empresa já havia distribuído o mesmo valor. A distribuição trimestral de dividendos foi aprovada no início do ano.
O impacto da greve dos caminhoneiros só é citado uma vez no balanço, como responsável pela queda no lucro bruto da área de distribuição, devido a perdas de estoques da BR Distribuidora, que divulgou balanço na quinta (2). No fim de maio, a Petrobras reduziu o preço do diesel em 10%, alegando que precisava contribuir para aliviar a tensão.
Os questionamentos sobre a política de preços da estatal acabaram com a demissão do ex-presidente da companhia, Pedro Parente, no fim de maio. Ele foi substituído pelo então diretor Financeiro, Ivan Monteiro.
Responsável pela venda de combustíveis, a área de Abastecimento da Petrobras teve lucro de R$ 5,259 bilhões no trimestre, aumento de 51,5% com relação ao mesmo período do ano anterior, com maior volume de vendas e a realização de estoques adquiridos a preços mais baixos.
Já a área de exploração e produção, que vende o petróleo, teve aumento de 137,9% no lucro, para R$ 11,592 bilhões, com o aumento das cotações internacionais e a desvalorização do real frente ao dólar, que eleva o preço recebido pela companhia.
A produção de petróleo, porém, foi menor do que no segundo trimestre de 2017: caiu de 2,776 milhões para 2,659 milhões de barris de óleo equivalente (somado ao gás) por dia.
No segundo trimestre, a Petrobras teve receita de R$ 84,395 bilhões, alta de 26% com relação ao mesmo período do ano anterior. A geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos e amortizações) subiu 57%, para R$ 30,067 bilhões.
No dia 30 de junho, a dívida líquida da companhia era de R$ 284 bilhões, alta de 5% em relação ao fim do primeiro trimestre devido à variação cambial. Em dólares, porém, a dívida caiu para US$73,66 bilhões. “Estamos acelerando os pré-pagamentos de dívida, lembrando a tendência mundial de elevação das taxas de juros”, disse Monteiro.
O pré-pagamento tem sido feito com recursos recebidos do programa de venda de ativos, que rendeu este ano US$ 5 bilhões à companhia. A expectativa é que outros US$ 2 bilhões entrem no caixa até o fim do ano.
Principal indicador de endividamento, a relação entre dívida líquida e Ebitda chegou a 3,23 vezes. A meta da companhia é atingir 2,5 vezes até o fim do ano.
Segundo o presidente da estatal, a meta está mantida. (Folhapress)
Leia mais sobre: Economia