A professora Daniela de Melo da Universidade Federal de Goiás (UFG) iniciou, em 2012,uma pesquisa com pessoas que consomem grande quantidade de álcool e grupos de controle para verificar os danos genéticos induzidos pelo consumo abusivo de bebida alcoólica.
Segundo dados divulgados pela UFG a pesquisa identificou que o alcoolismo pode levar a câncer de cabeça e pescoço, cirrose, gastrite ou hepatites. Isso porque o álcool quando consumido em grande quantidade é um agente capaz de causar alterações no DNA.
A pesquisa
Com o apoio do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, que atende alcoólatras e viciados em outras drogas, foram avaliados cerca de 100 indivíduos etilistas que recebem atendimento na unidade. Para comparar os dados obtidos, foram selecionadas 100 pessoas da comunidade que possuem características similares ao do grupo pesquisado.
Grupos homogêneos
A alteração do DNA pode ocorrer por diferentes fatores, por isto há a necessidade de que o grupo de controle seja homogêneo. As características determinadas pela pesquisadora foram escolhidas conforme o grupo de etilistas pesquisados. Desta forma, os selecionados foram, na maioria, do sexo masculino; pessoas com idade entre 30 e 60 anos; sedentários e fumantes, os integrantes do grupo de controle podem ser pessoas que consomem bebidas alcoólicas socialmente ou que não bebam.
Resultados
O exame genético mostra, por exemplo, que quem bebe por mais de 15 anos tem um acúmulo de alterações no DNA significativamente maior do que indivíduos da população de Goiânia que não fazem uso de álcool. A pesquisadora Daniela de Melo esclareceu que “esses indivíduos por enquanto são saudáveis, não tem doenças, não tem câncer pelo menos relatado. Como sabemos, o álcool é um agente capaz de causar alterações no DNA, essas alterações podem levar a câncer de cabeça e pescoço, cirrose, gastrite ou hepatites”.
Desdobramentos da pesquisa
Uma nova pesquisa foi aprovada pela Fapeg, na qual a pesquisadora ampliará a quantidade de exames genéticos, para verificar se existem algumas alterações no DNA que podem fazer com que o indivíduo seja mais eficaz em metabolizar o álcool ou menos eficaz. “O que chama a atenção é que tem pessoas que bebem muito e não tem nada. E tem pessoas que bebem menos e tem algumas complicações”, explica a professora. Segundo a pesquisadora essa diferença pode estar associada ao DNA.
( Redação DG com informações da Assessoria UFG)
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