A pesquisa realizada pela Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc) revela que 84% da população aprova a educação estadual, índice que reforça a avaliação positiva das políticas públicas implementadas nos últimos anos. O levantamento também aponta que o mesmo percentual considera a educação oferecida pela rede estadual como boa ou ótima.
Em entrevista ao editor-chefe do Diário de Goiás, Altair Tavares, a secretária de Educação, Fátima Gavioli, detalhou os resultados da pesquisa, que ouviu pais, professores, servidores e estudantes em abordagens realizadas na saída das escolas. Segundo ela, o método buscou garantir imparcialidade, evitando que os entrevistados associassem o levantamento diretamente à Secretaria.
“A pesquisa foi feita na saída da escola, quando eles estão saindo, e nós buscamos ali uma imparcialidade muito grande”, explicou a secretária. Para Fátima Gavioli, os números refletem não apenas a percepção geral da população, mas também o reconhecimento de ações concretas que impactam diretamente o cotidiano escolar.
Entre os pontos mais citados pelos pais estão a qualidade dos professores, a melhoria da estrutura física, a entrega de uniformes e de material didático. Já entre os estudantes, os destaques vão desde itens básicos, como uniformes, livros e tênis, até obras estruturais, como a construção de quadras esportivas.
Um dos programas mais bem avaliados, segundo a secretária, é o Bolsa Estudante. De acordo com a pesquisa, o benefício aparece com maior destaque entre as respostas dos alunos, indicando o impacto direto do programa na permanência escolar. “O Bolsa Estudo é a maior letra que tem”, relatou.
Educação financeira
Além de combater a evasão, Fátima Gavioli destacou que o programa tem gerado um efeito adicional: a educação financeira dos estudantes. Com valores que recentemente passaram por reajuste de R$ 130 para o parcial e R$ 150 para o integral, o benefício tem permitido que jovens aprendam a administrar recursos, realizar sonhos e atender necessidades pessoais e familiares.
Relatos apresentados pela secretária incluem estudantes que economizaram para comprar bicicletas, ingressar em academias, ajudar em celebrações familiares ou até adquirir um cavalo, inspirados por referências pessoais. “É cada depoimento assim que você fala: meu Deus, que coisa interessante”, afirmou.
Para Fátima Gavioli, iniciativas como o fornecimento de absorventes nas escolas, o Bolsa Estudante, além da distribuição de uniformes e tênis, contribuíram para promover mais dignidade aos alunos da rede estadual. “Isso trouxe muita dignidade para a nossa rede”, concluiu. Confira a entrevista na íntegra:
Entrevista secretária de Educação, Fátima Gavioli:
Altair Tavares: Secretária, o que a pesquisa feita pela instituição revelou sobre a opinião dos cidadãos em relação à educação?
Fátima Gavioli: Olha, nós fizemos uma pesquisa para entender o grau de satisfação e aquilo também que precisa ser revisto na Secretaria de Educação. Ouvimos pais, professores, servidores e estudantes. Essa pesquisa foi feita na saída da escola, quando eles estão saindo da escola, e nós buscamos ali uma imparcialidade muito grande para que eles não compreendessem que era a própria secretaria que estava fazendo a pesquisa.
E foi incrível, 84% da população aprova a educação estadual e 84% considera a educação estadual boa e ótima. Isso é muito importante para nós. E uma coisa que ficou muito séria para nós na pesquisa foi ver os estudantes e os pais também colocando alguns pontos do que eles consideram que faz essa educação ótima e boa.
Então, os pais, por exemplo, ele fala, os melhores professores, melhoria da estrutura física, uniformes, material didático. Aí, quando você vai para o estudante, ele fala, uniforme, tênis, livros, a escola melhorou, construção da quadra. Ele vem pontuando isso para nós.
Altair Tavares: E o Bolsa Estudante?
Fátima Gavioli: O Bolsa Estudante, quanto mais a pessoa vai falando sobre aquele tópico, mais a letra dele vai ficando grande. Então, quando você olha para a pesquisa, o Bolsa Estudo é a maior letra que tem, porque o estudante acha que o Bolsa Estudo é uma das melhores coisas que aconteceu com ele.
Altair Tavares: Que funciona como estímulo mesmo à presença na escola. Era o objetivo inicial, combater a evasão?
Fátima Gavioli: Com certeza. O principal objetivo do Bolsa é combater a evasão. Depois ele traz ali, você tem que ter frequência, depois ele diz que você tem que ter nota, que quer dizer proficiência, mas tem um terceiro ponto que eu acho que o Bolsa Estudo acabou desencadeando, que é, ele está ensinando a juventude a mexer com o dinheiro.
Aí você fala, mas com, agora foi para R$ 130,00, e o integral R$ 150,00. Acabou de ter um reajuste, eles vão receber em dezembro já com o reajuste. Sim, com R$ 130,00.
Veja você, nós temos estudantes, o Altair, que ele economizou por um grande período de tempo para comprar um cavalo, mandou uma foto no cavalo. Manda aí, mostra aí para o tio Caiado. Por quê?
Porque o sonho dele era comprar um cavalo, e ele via o governador andando a cavalo, foi lá em Águas Lindas, comprou um cavalo. Mas nós temos estudantes que compraram bicicleta, nós temos estudantes que sofriam com a obesidade e entraram na academia com o cartão, nós temos estudantes que descem e vão lá na padaria, compram um bolinho, um refrigerante, vem e canta parabéns para os pais que estão fazendo aniversário de casamento. É cada depoimento assim que você fala, meu Deus, que coisa interessante.
Então, esse cartão acabou ensinando nossos meninos a lidar com dinheiro. Eu estive recentemente num local e estava lá num salão fazendo unha quando a mãe, ela não sabia que eu era secretária, aí ela pergunta para a filha dela assim, você vai comprar a tinta do cabelo? Aí a menina, adolescente, com aquele cabelo rosa, azul, falou assim, eu já comprei.
Aí a mãe dela fala, mas você comprou onde? Ela falou assim, eu comprei com o cartão Bolsa Estudo. Então, é muito importante isso. Eu acho que a entrada dos absorventes na escola, a entrada do cartão Bolsa Estudo, a entrada do uniforme, do tênis, isso trouxe muita dignidade para a nossa rede.
Leia mais sobre: Fátima Gavioli; / Goiás / seduc / Cidades / Educação

