A percepção de liberdade de imprensa no mundo teve leve variação em 2016 em relação ao ano anterior, mostra pesquisa do Instituto Gallup feita em 131 países e divulgada nesta quarta-feira (3).
Segundo o estudo, a mediana (ponto médio entre os índices mais baixos e mais altos entre os países) foi de 61% daqueles que consideram seu país com muita liberdade de imprensa, enquanto 28% discordam da afirmação.
Os índices mais baixos de aprovação aparecem entre países africanos e ex-repúblicas soviéticas. A Mauritânia é a última, com 22%, antecedida por República Democrática do Congo (26%) e Sudão do Sul (28%).
Único país das Américas entre os dez últimos, a Venezuela aparece ao lado de Ucrânia e Gabão, com 29% de visão positiva sobre a liberdade de imprensa. Eles estão atrás de Iêmen, Congo, Belarus e Moldova.
Dos dez, quatro passam por conflitos (República Democrática do Congo, Sudão do Sul, Ucrânia e Iêmen) e dois são ditaduras (Belarus e Moldova). Os índices deles são menores que o de regimes autoritários como China e Irã.
Os países da Europa dominam a outra ponta da tabela. O número de entrevistados que consideram seu país supera os 90% em Dinamarca, Noruega, Finlândia, Suíça, Holanda, Irlanda e Suécia.
Os EUA atingiram 82% em 2016, ano em que o papel da imprensa foi questionado devido à polarização da eleição presidencial. Neste ano, o presidente Donald Trump passou a ter uma relação conflituosa com a mídia.
O instituto entrevistou aproximadamente 1.000 adultos em cada um dos 131 países. A margem de erro da pesquisa varia de 2,1 ponto percentual na Índia a 5,3 ponto percentual na Islândia. O índice de confiança é de 95%.
OUTROS ESTUDOS
Diferentemente de outros estudos, como o das ONGs Freedom House e Repórteres Sem Fronteiras, a pesquisa do Gallup avalia a percepção da população em relação à liberdade de imprensa em seus países.
O instituto também não faz avaliação de todos os países, como as entidades. No levantamento da Freedom House, 45 países são considerados sem imprensa livre, mas só seis da lista dos dez últimos do Gallup.
Para a ONG, os dez últimos são Azerbaijão, Cuba, Guiné Equatorial, Eritreia, Irã, Coreia do Norte, Síria, Uzbequistão e Turcomenistão, além da Crimeia, território ucraniano anexado à Rússia.
No caso da Repórteres Sem Fronteiras, os dez piores são Guiné Equatorial, Djibuti, Sudão, Vietnã, China, Síria, Turcomenistão, Eritreia e Coreia do Norte -todos regimes ditatoriais.
Leia Mais:
- Políticos são principais suspeitos de violações contra jornalistas
- Violência contra jornalistas no Brasil aumentou 65% em um ano
- Promotoria pede à PM medidas contra agressões a jornalistas em protestos
Leia mais sobre: Mundo