23 de dezembro de 2024
Política

“Pela primeira vez todos vão perceber que a Celg é um patrimônio dos goianos”, diz Marconi em coletiva

No intervalo das audiências que concede aos prefeitos eleitos no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, no meio da tarde desta quarta-feira (30), o governador Marconi Perillo concedeu entrevista coletiva à imprensa para detalhar a posição do governo em relação à privatização de Celg Distribuição. Depois de dizer que ficou feliz com o resultado da venda, salientou não ter dúvida de que o leilão foi um sucesso para Goiás e os goianos. “Pela primeira vez todos vão perceber que a Celg é um patrimônio dos goianos. Ela vai ser eficiente”, declarou.

O governador saudou a venda da Celg por acreditar que a energia elétrica oferecida aos goianos irá melhorar muito no curto prazo. “Novas subestações serão construídas ou ampliadas, assim como as linhas de distribuição. Goiás se transformará em um dos estados mais bem servidos na área de energia”, comentou.

Anunciou que brevemente irá se reunir com diretores da Enel, empresa que comprou a Celg D, para acertar um plano de investimento. “Conversei hoje com o presidente da empresa. Ele está entusiasmado com a Celg e anunciou que poderá investir até mais do que estabelece o edital da venda”, afirmou.

Ele acredita que o Estado será um dos destinos privilegiados do investimento de 3,5 bilhões de euros que a Enel fará no Brasil nos próximos anos. “Boa parte desses recursos será investida em Goiás”, observou.

O governador se disse convicto de que, daqui para a frente, a Celg será uma empresa de ponta dentre as distribuidoras de energia do Brasil: “Constantemente eu tenho sido cobrado por empresários de todas as regiões. Eles querem investir, expandir os seus negócios. Infelizmente não contam com energia suficiente e de qualidade. Isso vai mudar. A Enel tem experiência e dinheiro para investir”.

O dinheiro que cabe ao Estado com a venda da Celg D, superior a R$ 1 bilhão, deverá chegar aos cofres do Estado em janeiro. Segundo o governador, o pagamento será à vista, sem parcelamentos.

A parte do governo do Estado que entrará nos cofres públicos estaduais – de acordo com o governador – será direcionada exclusivamente a investimentos em áreas estratégicas da administração, como Saúde, Educação, construção de hospitais, credeqs e rodovias. “Nenhum centavo será investido no custeio ou na folha de pagamento”, salientou. Outro fator considerado positivo pelo governador, com a venda, será a garantia de o Estado receber o ICMS da Celg. “Antes, ela vivia tendo dificuldades para pagar o ICMS. Agora isso vai acabar”, comemorou.

Marconi falou também sobre as críticas da oposição com a venda da empresa. Disse não estar preocupado com as manifestações contrárias, lembrando que enfrentou a mesma oposição por ocasião da transferência dos hospitais estaduais para as OSs. “Depois que eles viram que foi um bom negócio, que mais de 98% da população aprova o novo modelo, ficaram calados”, declarou para acrescentar que “aqueles que mais criticam estão no PMDB, partido que vendeu Cachoeira Dourada”.

Ao abordar a possibilidade de o preço da energia elétrica no Estado sofrer reajuste por conta da privatização,  esclareceu que essa política de aumentos é prerrogativa da Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica – e que independe de a empresa ser ou não estatal para ser autorizada a majorar tarifas. “Para ter os benefícios de reajustes, a empresa precisa atender a alguns requisitos estabelecidos pela Aneel. Os aumentos, quando autorizados, são para todos. Nada será feito para a Celg privada do que não se faria para a Celg estatal”, salientou.

O governador voltou a falar que a Celg passou a se inviabilizar depois que a Usina de Cachoeira Dourada foi vendida. Segundo explicou, o lucro da Usina passou a representar o déficit que a Celg registrava em seus balanços: “Se Cachoeira Dourada não fosse vendida, a Celg lucraria R$ 1 bilhão por ano, exatamente o prejuízo que passou a acumular. Enfim, se ela tivesse o rendimento da geração, não teria passado por dificuldades”.

A venda da Celg, na avaliação de Marconi, representa também um aval dos investidores ao Governo Federal. “Esta foi a primeira privatização do governo Temer. Sinaliza que a confiança dos investidores está voltando”, acrescentou.

Marconi não se esquivou de abordar a possibilidade de o Estado patrocinar outras privatizações, como da Saneago. Disse que não há nenhum estudo para que isso ocorra, mas não descartou concretizar ainda em sua gestão a liquidação ou Parceria Público Privada (PPP) para a Iquego e PPP  para a Metrobus.


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