O deputado Major Araújo (PRP) apresentou nesta quarta-feira (18) um pedido de impeachment contra o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). A justificativa apresentada é que o chefe do Executivo teria cometido às chamadas “Pedaladas Fiscais” entre os anos de 2011 a 2014. A tendência é que o pedido seja arquivado pelo fato de a base governista ter ampla maioria no Legislativo.
Após a apresentação, a base governista saiu em defesa de Marconi Perillo. Argumentaram que não há fundamento no pedido do deputado, pois as finanças da atual gestão foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado.
Acusação
De acordo com o pedido, o relatório do TCE sobre as contas de 2014 teria indicado saldo negativo do Tesouro Estadual com a conta centralizadora no montante de R$ 1,492 bilhão. O deputado Major Araújo destacou que procurador do Ministério Público de Contas do Estado de Goiás (MPC-GO), Fernando Carneiro, foi quem afirmou que foram verificadas pedaladas fiscais verificadas no fechamento do último mandato de Marconi Perillo, em 2014.
“Os motivos são as pedaladas fiscais, que são mais graves do que a da presidente Dilma. Eu tenho sido cobrado pela sociedade. O governador tem grande desgaste com parcela da população. Esta parcela tem me cobrado para apresentar o pedido de impeachment”, argumentou o parlamentar.
Major Araújo afirmou que além das pedaladas fiscais, outro elemento que foi agregado no pedido é o fato de haver uma condenação em 1ª instância, em desfavor do governador por improbidade administrativa. Neste caso, a acusação do Ministério Público é de que Marconi Perillo teria inserido campanhas publicitárias na propaganda política do governo estadual para alavancar a candidatura de Sandes Júnior à prefeitura de Goiânia, nas eleições de 2004.
O pedido de impeachment não é uniforme dentro da própria oposição. O líder da bancada do PMDB na Assembleia Legislativa, José Nelto, afirmou que não conhece o texto apresentado por Major Araújo.
José Nelto argumentou que PT e PMDB estão apurando juntos para identificar se realmente há irregularidades nas finanças do governo ou não. O parlamentar avalia que não se pode apresentar um pedido de qualquer forma, que é preciso um embasamento sobre o assunto.
“Nós do PMDB e do PT estamos trabalhando. Há uma banca de advogados que está analisando. Se for comprovado aí sim apresentaremos o pedido de impeachment. Não será apenas o partido, se for eu ou o PT será apenas uma questão política. Vamos agir dentro da lei. Acho que precisa ter responsabilidade com uma questão tão séria”, afirmou.
Defesa
Os deputados da base governista saíram em defesa de Marconi Perillo. O entendimento é que não houve a prática das “Pedaladas Fiscais” e que as contas do governador foram todas aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado.
Os parlamentares acusam Major Araújo de apenas querer aparecer e ganhar minutos de fama. “Primeiramente nós vamos ter que analisar a peça do Major Araújo para saber se é pertinente. A Mesa Diretora vai avaliar o pedido. Estamos tranquilos caso vá para votação. Temos ampla maioria. Mas vejo que está querendo ganhar cinco minutos na imprensa, de fama. Não tenho dúvida que o processo será arquivado. Todas as contas foram aprovadas no TCE e na Assembleia. Na minha avaliação, o processo é descabido”, destacou o líder do governo José Vitti (PSDB).
O deputado Júlio da Retífica (PSDB) avalia de forma semelhante e que não há embasamento legal para pedir o afastamento do governador.
“É uma busca incessante de holofote. É uma coisa que virou pessoal contra o governador. Ele precisa olhar as coisas com mais seriedade, tanto é que as contas do governo foram aprovadas. Se os outros estados tivessem adotado o mesmo posicionamento do que foi feito aqui em Goiás, o país hoje estaria diferente”, argumentou.
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