22 de dezembro de 2024
Tortura • atualizado em 30/08/2023 às 17:38

PCGO resgata 50 pessoas mantidas em cárcere privado em clínica clandestina, em Anápolis

Todos eram homens, dependentes químicos ou deficientes físicos e intelectuais, de idade entre 14 e 96 anos, que ficavam trancados sem alimentação adequada nem medicação
As vítimas eram mantidas em ambiente insalubre e apresentavam quadro de confusão mental devido a medicação e falta de alimentação. Foto: Reprodução/PCGO
As vítimas eram mantidas em ambiente insalubre e apresentavam quadro de confusão mental devido a medicação e falta de alimentação. Foto: Reprodução/PCGO

A Polícia Civil de Goiás (PCGO) resgatou 50 pessoas vítimas de torturas e que eram mantidas em cárcere privado em uma clínica clandestina, na zona rural de Anápolis. Todos eram homens, de idade entre 14 e 96 anos, deficientes físicos e intelectuais e dependentes químicos, que foram levados involuntariamente para o local.

De acordo com o PCGO, o ambiente era completamente insalubre e os internados ficavam trancafiados sem alimentação adequada nem medicação. Também não havia acompanhamento médico e alguns apresentavam lesões graves, confusão mental e desnutrição. No momento do resgate, muitos estavam sob efeito de sedação.

Conforme a Polícia Civil, seis pessoas foram presas em flagrante. Os dois donos da clínica e outros quatro funcionários vão responder pelos crimes de tortura, já que as vítimas eram agredidas, e cárcere privado qualificado, já que eram mantidas presas na clínica. Um dos envolvidos conseguiu fugir no momento da prisão e está foragido.

Os resgatados foram atendidos pelo serviço de saúde mental e assistência social de Anápolis. As vítimas que estavam em melhores condições físicas foram conduzidas para o Estádio de Anápolis para receberem os primeiros socorros, alimentação e cuidados de higiene.

Já as vítimas em estado de saúde mais crítico que precisaram de hospitalização foram conduzidas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para unidades de saúde da cidade. Todos os pacientes foram identificados para processo de investigação e localização dos familiares. Já se sabe que cada interno pagava em média o valor de um salário mínimo por mês para ficar na clínica.


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