Em depoimento à CPI da Covid, o ex-ministro Eduardo Pazuello atribuiu à empresa White Martins e ao governo do Amazonas a responsabilidade pela crise de desabastecimento de oxigênio no início do ano em Manaus. Voltando a se eximir de culpa no episódio, Pazuello afirmou que a White Martins, fornecedora de oxigênio, teria responsabilidade porque não colocou de “forma clara, desde o início” que estaria consumindo a reserva estratégica do produto.
Já sobre o governo estadual, o ex-ministro alegou que a preocupação com o acompanhamento do oxigênio não era “foco” da secretária de Saúde.
“No plano de contingência apresentado a nós, não foi apresentada nenhuma medida de oxigênio”, afirmou o ex-ministro. “A White Martins já vinha consumindo reserva estratégica e não fez essa posição de forma clara desde o início. Não tem como isentarmos essa posição, primeira responsabilidade. E se secretária de Saúde tivesse acompanhado de perto teria descoberto que estava sendo consumida a reserva estratégica. Vejo duas responsabilidades muito claras, começa na empresa que consome e não se posiciona de forma clara”, disse ele.
Em seguida, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) defendeu que a empresa não teria culpa, porque a demanda por oxigênio na ocasião aumentou em nível não esperado.
Apesar de ter dito no minuto anterior que havia responsabilidade da White Martins no caso, Pazuello então concordou com o senador
A partir daí, afirmou que a “responsabilidade clara” era da Secretária de Estado do Amazonas. “Da nossa parte fomos muito proativos”, alegou o ex-ministro.
Por Amanda Pupo e Matheus de Souza/Estadão Conteúdo