25 de dezembro de 2024
Brasil

“Patético”, diz Villa sobre Luciano Hang

(Foto: Divulgação/ Radio Bandeirantes)
(Foto: Divulgação/ Radio Bandeirantes)

Investigado no inquérito das fake news das eleições 2018, Luciano Hang, proprietários das Lojas Havan, disse que não sabe “sequer o que é impulsionamento de ‘zap'” à Polícia Federal em depoimento prestado ontem (31/07). O historiador Marco Antônio Villa, em seu programa matinal na Rádio Bandeirantes traçou um comentário sobre o avanço das notícias falsas nas eleições e que será iminente a utilização delas nas eleições municipais do ano que vem. “Com relação a esse senhor, eu acho ele simplesmente patético”, disparou.

“E as fakes acabaram entrando na política brasileira. Ano que vem, eleições municipais vai ser um tiroteio. E aí, como que a gente consegue saber o que é verdadeiro e falso. Porque em época de neo-fascismo você não sabe mais: a verdade virou mentira e a mentira virou verdade. Lembra um pouco o livro 1984 [de George Orwell]. Clássico. O Ministério da Verdade, na época da ditadura do Grande Irmão tinha o Ministério da Verdade que transformava todas as mentiras em verdade e todas as verdades em mentiras. É o momento que a gente tá vivendo”, comentou antes de disparar o comentário que achava Luciano Hang, também conhecido como “Véio da Havan”, como um “senhor patético”.

O advogado do dono das Lojas Havan, Fábio Roberto de Souza, disse à imprensa após o depoimento do seu cliente que o mesmo disse que não sabia “nem o que é isso de impulsionamento de zap”. Também reforçou que ficará provado que Hang jamais participou em algum esquema de fake news pelas redes sociais. “Jamais participamos ou enviamos qualquer coisa por zap ou qualquer outra rede. E, ao final, isto ficará provado”, salientou.

A obra de Orwell

Ao citar 1984, Villa referia-se à obra escrita pelo jornalista e romancista britânico George Orwell. O livro publicado em 1949, mas foi escrito um ano antes, em 1948. Daí uma possibilidade para seu nome: Orwell inverteu os números finais, para citar que a distopia em que relatava no seu livro não estava tão distante assim de seus tempos.

O protagonista é Winston Smith. Funcionário do Departamento de Documentação do Ministério da Verdade, um dos quatro ministérios que governam Oceânia, sua função é falsificar registros históricos, a fim de moldar o passado à luz dos interesses do presente tirânico (prática, aliás, comum na União Soviética), provocando então aos cidadãos da fictícia Oceania, terra aonde acontecia os eventos narrados, opressão era física e mental. Do livro, também saiu a inspiração para o reality show Big Brother. O “Grande Irmão”, líder máximo de Oceania assumiu o poder depois de uma guerra de escala global – que fazia analogia a Segunda Grande Guerra – e que eliminou as nações e criou três grandes estados transcontinentais totalitários. O Grande Irmão, então, tornou-se um líder de partido e ditador da Oceânia. No livro, ele representava o perigo do totalitarismo.


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