Quase uma semana após 50 pacientes com idades entre 14 e 96 anos serem resgatados de uma clínica clandestina na zona rural de Anápolis, o pastor Angelo Klaus, um dos suspeitos de cometer abusos às vítimas, se entregou à polícia neste domingo (3). A operação, que ocorreu na última terça-feira (29), resgatou dependentes químicos, deficientes intelectuais e idosos que viviam um pesadelo no centro terapêutico comandado por um casal de pastores, Angelo e Suelen.
A operação foi realizada pela Delegacia do Idoso, da Polícia Civil e, desde então, cinco vítimas já depuseram sobre a rotina de torturas e humilhações à qual eram submetidas na clínica clandestina. De acordo com o portal Metrópoles, as vítimas contaram que pacientes com deficiência, considerados mais “problemáticos”, chegavam a ser amarrados, levavam banhos de água gelada, tinham suas roupas arrancadas e ficavam nus, tudo como forma de castigo.
Ainda de acordo com o veículo, agressões físicas e verbais eram rotineiras e os pacientes não recebiam atendimento médico, sendo “cuidados” por poucos funcionários da instituição. Os coordenadores, por sua vez, Angelo e Suelen Klaus, o casal de pastores da Igreja Batista Vida Nova, mantinham distância dos internos.
Vale lembrar que, apesar de Angelo ter se entregado ontem, Suelen e outras quatro pessoas que trabalhavam no local também já haviam sido presas. Antes o pastor havia escapado por um matagal quando a polícia chegou ao estabelecimento. De acordo com as autoridades, ao se entregar, o pastor falou apenas que a esposa dele é inocente e que não tem responsabilidade nenhuma com a clínica clandestina.
Apesar do pastor ter se entregado acompanhado dos advogados, o Diário de Goiás não identificou a defesa dele e dos outros detidos. O espaço segue aberto. A polícia Civil, no entanto, confirmou que Angelo foi ouvido na delegacia e foi encaminhado para a Central de Flagrantes, onde um boletim de ocorrência foi registrado. Ainda na manhã de ontem ele foi encaminhado para a cadeia pública de Anápolis.
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