No Pará, um pastor de uma Igreja Pentecostal de Tucuruí, identificado até o momento apenas como Pastor Washington, declarou que Satanás entra no ventre de mulheres grávidas e causa o Transtorno do Espectro Autista (TEA). “O diabo está visitando o ventre das desprotegidas”, afirmou o líder religioso enquanto discursava. A declaração foi dada na sexta-feira (12), mas viralizou nas redes sociais na terça-feira (16).
Na filmagem, o líder religioso faz afirmações controversas e preconceituosas sobre a origem do autismo. “Nós temos um percentual gigantesco de pessoas em ventres manipulados, visitados pela escuridão que distorce ainda no ventre. As crianças hoje, de cada 100, nós temos aí quase 30% de autistas em vários graus”, disse.
O diabo está visitando o ventre das desprotegidas, daqueles que não têm a graça, a habilidade, a instrumentalidade para saber lidar no mundo espiritual. E ele só procura os vulneráveis, os desassistidos.
Afirmou o pastor
As declarações do pastor geraram indignação e revolta, e foram criticadas por sua abordagem preconceituosa e falaciosa. Diversos internautas se manifestaram contrários ao discurso, destacando a necessidade de respeito para com a comunidade autista. “Mães não devem carregar culpa pelo autismo de seus filhos, pois o autismo não é resultado de falhas pessoais ou influências externas espirituais”, disse uma internauta.
Também circula na rede social X (Antigo Twitter), um vídeo onde supostamente o pastor se retratou. “Em nenhum momento da minha vida eu quis demonizar, fazer qualquer coisa que quisesse, macular uma criança no ventre de sua mãe. No calor da mensagem, enquanto a gente registra o ser humano, ele é fadado ao erro e infelizmente fiz uma colocação que não devia fazer, mas essa jamais foi a minha invenção”, afirmou.
O tal Pastor gravou o clássico pedido de desculpas e zero surpresa ao usar um fundo branco e usar mães “especiais” que acompanham ele para minimizar o peso do ato criminoso. pic.twitter.com/pgRzEOxuH6
— Ivan Baron 🦯 (@ivanbaron) July 17, 2024
A reportagem do Diário de Goiás tenta localizar a defesa do pastor. Até o momento a Polícia Civil, Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), Ordem dos Advogados do Brasil – seção Pará (OAB-PA) não se manifestaram sobre o assunto. O espaço permanece aberto para o posicionamento dos citados.
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