Partidos médios estão de olho nas chapas porporcionáis.
Partidos ‘médios’ querem deputados
De olho em ascensão política no Estado, agremiações de médio porte priorizam eleições para Assembleia Legislativa e Câmara Federal
Com 2013 se encerrando e a as eleições estaduais cada vez mais próximas, a maioria dos partidos está aproveitando as últimas semanas deste ano para definir estratégias eleitorais. As agremiações maiores, como PT, PMDB e PSDB, já estão com suas agendas e coligações praticamente firmadas. Siglas menores, no entanto, ainda estão buscando por alianças e fortalecimento, além de representatividade.
Estes partidos emergentes, os chamados partidos “médios”, estão bem mais focados nas chapas proporcionais do que nas majoritárias. O grande objetivo é eleger o maior número de deputados e, com isso, fazer o partido crescer em representatividade política no Estado. A conta é simples: mais deputados significa uma maior possibilidade de estruturação do partido no interior e, consequentemente, maior chance de sucesso nos próximos pleitos, tanto o municipal, em 2016, quanto na próxima corrida estadual em 2018.
Este é o caso do PR, por exemplo. O partido já teve uma estrutura muito grande no Estado após as eleições de 2006, quando o atual deputado estadual Ademir Menezes (hoje no PSD) foi eleito vice-governador do Estado. Na época, a agremiação ainda contava com quatro deputados estaduais e dois federais. Em 2008, elegeu 28 prefeitos. Nos últimos anos, no entanto, a sigla trocou de comando várias vezes e murchou, perdendo representatividade e força. Hoje o PR conta com apenas dois deputados estaduais e oito prefeitos.
O PR atingiu seu ápice no comando do deputado federal Sandro Mabel (hoje no PMDB). Ele, porém, entrou em rota de colisão com a cúpula nacional do partido ao se lançar candidato à presidência da Câmara dos Deputados em 2011, ignorando orientação interna, que era pelo apoio ao deputado Marcos Maia (PT-RS), que acabou se elegendo. Desgastado após as eleições, Sandro deixou o partido. O ex-presidente da Valec, Juquinha das Neves, assumiu o comando por um breve período, mas acabou saindo de cena após o seu suposto envolvimento em um esquema dentro do órgão, acusação deflagrada pela a Operação Trem Pagador da Polícia Federal.
Hoje, o partido é presidido por Flávio Canedo, marido da deputada federal e ex-prefeita de Caldas Novas Magda Mofatto (PR). De acordo com a deputada, as ações políticas do passado desgastaram o partido. “Sandro Mabel desgastou o PR e, após isso, foi para o PMDB. Depois, Juquinha das Neves deixou o partido largado, levando ao enfraquecimento da agremiação”, ataca. A indefinição no comando do PR levou ao enxugamento do partido e, consequentemente, ao desempenho apenas discreto nas eleições municipais de 2012.
Para o ano que vem, o PR tem o plano de eleger deputados, de acordo com Magda. “Ter políticos sérios eleitos inflará novamente o PR”, aponta. Ela mesma, conforme o deputado estadual Álvaro Guimarães (PR), foi uma grande adição ao partido, trazendo mais credibilidade e foco. “Ela se filiou e trabalha muito bem com novos quadros para o PR”, diz o parlamentar. Magda está trabalhando os nomes de possíveis candidatos, afirmando que esta é uma boa fase para a agremiação.
“Estamos montando uma nova estrutura, com trabalho intenso para conquistar mais espaço”, ressalta Magda. A deputada diz que pretende se unir mais aos prefeitos e lideranças ao longo do Estado, aproximando-se deles e ganhando sua confiança. “Como cheguei agora, estou indo devagar e conversando calmamente com eles, para que entendam minhas novas ideias para o PR e passem a integrar meu plano para inflar novamente o partido”, explica.
Otimistas, eles pretendem eleger de três a quatro cadeiras na Assembleia Legislativa e, no mínimo, duas na Câmara Federal. O plano é coligar-se nas chapas proporcionais com algum partido, porém, segundo Magda, ainda é precipitado dizer com quem.
Dentre os nomes do PR, estão Álvaro Guimarães e Cláudio Meirelles, dois deputados estaduais que tentarão reeleição. Guimarães afirma que há ex-prefeitos e vereadores de todo o Estado que já mostraram intenção de se candidatar. Para deputado federal, as apostas são a reeleição de Magda Mofatto e também a do ex-deputado federal Chico Abreu. Eles afirmam ter uma chapa boa o suficiente para sairem sozinhos na chapa de deputado estadual, caso seja necessário.
O importante, hoje, segundo a deputada, é fortalecer os candidatos a deputado, para que eles sintam que o partido está organizado. Magda diz que seu foco não é a chapa majoritária, já que o partido não deverá indicar nenhum nome. Integrante da base aliada do governador Marconi Perillo, o partido apoiará o projeto eleitoral do grupo que hoje comanda o Palácio das Esmeraldas.
Reestruturação
Quem também está focado em mais fortalecimento é o PPS, de acordo com o presidente da Agência Goiana de Habitação e presidente regional do partido, Marcos Abrão Roriz (PPS), que é sobrinho da senadora Lúcia Vânia (PSDB). “O nosso objetivo é levar o partido a todos os municípios do Estado e, consequentemente, às urnas no ano que vem”, aponta. Para ele o maior desafio tem sido indicar nomes para disputar as eleições.
Assim como o PR, o partido passa atualmente por uma reestruturação interna. Roriz tomou posse como novo presidente há apenas uma semana. Devido a isso, as negociações de coligações e estatégias para as eleições de 2014 serão definidas apenas no ano que vem, quando a base aliada definir quem será o candidato ao governo do Estado. Em entrevista à Tribuna (leia nas páginas 4 e 5), o presidente disse que se Marconi Perillo não for candidato ao governo o PPS pode, até mesmo, lançar candidato próprio.
O novo líder quer fazer um partido voltado ao municipalismo, buscando raízes fortes em todo o Estado, a fim de fortalecer e unir todo o partido. Ele, porém, frisa que quer realizar um trabalho de longo prazo, focando as eleições de 2014, mas principalmente preparando o terreno para o crescimento da agremiação nos pleitos de 2016 e 2018.
Articulação nacional
Enquanto alguns partidos montam chapas trabalhando suas articulações em âmbito estadual, o PC do B, de acordo com a deputada estadual e presidente regional do partido Isaura Lemos, articula nacionalmente com base estadual. Recentemente, ficou-se decidido que o partido apoiará a reeleição de Dilma Rousseff (PT) no ano que vem, já que a agremiação faz parte da base da presidente. Aqui em Goiás, o partido deverá dar suporte ao grupo PT-PMDB, acompanhando o plano nacional. Isaura diz que o PC do B já foi procurado por vários partidos e que eles já têm conversado sobre coligações e apoio. “Já nos reunimos várias vezes este ano”, aponta.
Quanto às chapas proporcionais, o PC do B deve se coligar com partidos da oposição estadual. A única ressalva é que seja uma agremiação que faça parte da base de Dilma. Isaura alega que o partido tem uma chapa forte, com cerca de 50 pré-candidatos a deputado estadual, dos quais mais de 30 têm grande potencial de voto. “Queremos manter a nossa cadeira na Assembleia e ainda aumentar mais uma”, traça.
Entre os nomes que devem ser levados às urnas está o da ex-deputada estadual Denise Carvalho, o do sindicalista da Universidade Federal de Goiás (UFG), Honório Carvalho, além de várias lideranças comunitárias de todo o Estado e mais de 25 vereadores. Isaura deixa claro que a chapa é forte já que todos os pré-candidatos já foram testados eleitoralmente e podem ter um resultado satisfatório no ano que vem. Isso sem contar a própria reeleição de Isaura Lemos, que é uma das prioridades do partido para 2014.
Para a Câmara Federal, a deputada afirmou que também haverá coligação. A oposição deverá fazer uma chapa grande com todos os partidos que dão suporte ao projeto. No PC do B, a pré-candidata mais indicada é a vereadora de Goiânia Tatiana Lemos, filha de Isaura. “Quantos aos outros nomes, ainda estamos discutindo as atuais possibilidades que temos e decidindo quais serão, de fato, pré-candidatos”, explica.
Tatiana concorreu a uma vaga à Câmara dos Deputados em 2010 (filiada, à época, ao PDT) e conseguiu quase 40 mil votos, ficando na segunda suplência da coligação que apoiou o empresário Vanderlan Cardoso ao governo. Uma das outras possíveis alternativas do PC do B para a Câmara em 2014 seria o ex-deputado federal Aldo Arantes.
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