14 de agosto de 2024
Política

Partidos “médios” se movimentam para eleições

Partidos médios estão de olho nas chapas porporcionáis.


Partidos ‘médios’ querem deputados

De olho em ascensão política no Estado, agremiações de médio porte priorizam eleições para Assembleia Legislativa e Câmara Federal

Com 2013 se encerrando e a as eleições estaduais cada vez mais próximas, a maioria dos partidos está aproveitando as últimas semanas deste ano para definir estratégias eleitorais. As agremiações maiores, como PT, PMDB e PSDB, já estão com suas agendas e coligações praticamente firmadas. Siglas menores, no entanto, ainda estão buscando por alianças e fortalecimento, além de representatividade.
Estes partidos emergentes, os chamados partidos “mé­dios”, estão bem mais focados nas chapas proporcionais do que nas majoritárias. O grande objetivo é eleger o maior número de deputados e, com isso, fazer o partido crescer em re­pre­sentatividade política no Estado. A conta é simples: mais deputados significa uma maior possibilidade de estruturação do partido no interior e, consequentemente, maior chance de sucesso nos próximos pleitos, tanto o municipal, em 2016, quanto na próxima corrida estadual em 2018.

Este é o caso do PR, por exemplo. O partido já teve uma estrutura muito grande no Estado após as eleições de 2006, quando o atual deputado estadual Ademir Menezes (hoje no PSD) foi eleito vice-governador do Estado. Na época, a agremiação ainda contava com quatro deputados estaduais e dois federais. Em 2008, elegeu 28 prefeitos. Nos últimos anos, no entanto, a sigla trocou de comando várias vezes e murchou, perdendo representatividade e força. Hoje o PR conta com apenas dois deputados estaduais e oito prefeitos.

O PR atingiu seu ápice no comando do deputado federal Sandro Mabel (hoje no PMDB). Ele, porém, entrou em rota de colisão com a cúpula nacional do partido ao se lançar candidato à presidência da Câmara dos Deputados em 2011, ignorando orientação interna, que era pelo apoio ao deputado Marcos Maia (PT-RS), que acabou se elegendo. Desgastado após as eleições, Sandro deixou o partido. O ex-presidente da Valec, Juquinha das Neves, assumiu o comando por um breve período, mas acabou saindo de cena após o seu suposto envolvimento em um esquema dentro do órgão, acusação deflagrada pela a Operação Trem Pagador da Polícia Federal.

Hoje, o partido é presidido por Flávio Canedo, marido da deputada federal e ex-prefeita de Caldas Novas Magda Mofatto (PR). De acordo com a deputada, as ações políticas do passado desgastaram o partido. “Sandro Mabel desgastou o PR e, após isso, foi para o PMDB. Depois, Juquinha das Neves deixou o partido largado, levando ao enfraquecimento da agremiação”, ataca. A indefinição no comando do PR levou ao enxugamento do partido e, consequentemente, ao desempenho apenas discreto nas eleições municipais de 2012.

Para o ano que vem, o PR tem o plano de eleger deputados, de acordo com Magda. “Ter políticos sérios eleitos inflará novamente o PR”, apon­ta. Ela mesma, conforme o deputado estadual Álvaro Guimarães (PR), foi uma grande adição ao partido, trazendo mais credibilidade e foco. “Ela se filiou e trabalha muito bem com novos quadros para o PR”, diz o parlamentar. Mag­da está trabalhando os nomes de possíveis candidatos, afirmando que esta é uma boa fase para a agremiação.

“Estamos montando uma nova estrutura, com trabalho intenso para conquistar mais espaço”, ressalta Magda. A deputada diz que pretende se unir mais aos prefeitos e lideranças ao longo do Estado, aproximando-se deles e ga­nhando sua confiança. “Como che­guei agora, estou indo devagar e conversando calmamente com eles, para que entendam minhas novas ideias para o PR e passem a integrar meu plano para inflar novamente o partido”, explica.

Otimistas, eles pretendem eleger de três a quatro cadeiras na Assembleia Legislativa e, no mínimo, duas na Câ­ma­ra Federal. O plano é coligar-se nas chapas proporcionais com algum partido, porém, se­gundo Magda, ainda é precipitado dizer com quem.

Dentre os nomes do PR, estão Álvaro Guimarães e Cláu­dio Meirelles, dois deputados estaduais que tentarão reeleição. Guimarães afirma que há ex-prefeitos e vereadores de todo o Estado que já mostraram intenção de se candidatar. Para deputado federal, as apostas são a reeleição de Magda Mofatto e também a do ex-deputado federal Chico Abreu. Eles afirmam ter uma chapa boa o suficiente para sairem sozinhos na chapa de deputado estadual, caso seja necessário.

O importante, hoje, segundo a deputada, é fortalecer os candidatos a deputado, para que eles sintam que o partido está organizado. Magda diz que seu foco não é a chapa majoritária, já que o partido não deverá indicar nenhum nome. Integrante da base aliada do governador Marconi Perillo, o partido apoiará o projeto eleitoral do grupo que hoje comanda o Palácio das Esmeraldas.

Reestruturação
Quem também está focado em mais fortalecimento é o PPS, de acordo com o presidente da Agência Goiana de Habitação e presidente regional do partido, Marcos Abrão Roriz (PPS), que é sobrinho da senadora Lúcia Vânia (PSDB). “O nosso objetivo é levar o partido a todos os municípios do Estado e, consequentemente, às urnas no ano que vem”, aponta. Para ele o maior desafio tem sido indicar nomes para disputar as eleições.

Assim como o PR, o partido passa atualmente por uma reestruturação interna. Roriz tomou posse como novo presidente há apenas uma semana. Devido a isso, as negociações de coligações e estatégias para as eleições de 2014 serão definidas apenas no ano que vem, quando a base aliada definir quem será o candidato ao governo do Estado. Em entrevista à Tribuna (leia nas páginas 4 e 5), o presidente disse que se Marconi Perillo não for candidato ao governo o PPS pode, até mesmo, lançar candidato próprio.

O novo líder quer fazer um partido voltado ao municipalismo, buscando raízes fortes em todo o Estado, a fim de fortalecer e unir todo o partido. Ele, porém, frisa que quer realizar um trabalho de longo prazo, focando as eleições de 2014, mas principalmente preparando o terreno para o crescimento da agremiação nos pleitos de 2016 e 2018.

Articulação nacional
Enquanto alguns partidos montam chapas trabalhando suas articulações em âmbito estadual, o PC do B, de acordo com a deputada estadual e presidente regional do partido Isaura Lemos, articula nacionalmente com base estadual. Recentemente, ficou-se decidido que o partido apoiará a reeleição de Dilma Rousseff (PT) no ano que vem, já que a agremiação faz parte da base da presidente. Aqui em Goiás, o partido deverá dar suporte ao grupo PT-PMDB, acompanhando o plano nacional. Isaura diz que o PC do B já foi procurado por vários partidos e que eles já têm conversado sobre coligações e apoio. “Já nos reunimos várias vezes este ano”, aponta.

Quanto às chapas proporcionais, o PC do B deve se coligar com partidos da oposição estadual. A única ressalva é que seja uma agremiação que faça parte da base de Dilma. Isaura alega que o partido tem uma chapa forte, com cerca de 50 pré-candidatos a deputado estadual, dos quais mais de 30 têm grande potencial de voto. “Queremos manter a nossa cadeira na Assembleia e ainda aumentar mais uma”, traça.

Entre os nomes que devem ser levados às urnas está o da ex-deputada estadual Denise Carvalho, o do sindicalista da Universidade Federal de Goiás (UFG), Honório Carvalho, além de várias lideranças comunitárias de todo o Estado e mais de 25 vereadores. Isaura deixa claro que a chapa é forte já que todos os pré-candidatos já foram testados eleitoralmente e podem ter um resultado satisfatório no ano que vem. Isso sem contar a própria reeleição de Isaura Lemos, que é uma das prioridades do partido para 2014.

Para a Câmara Federal, a deputada afirmou que também haverá coligação. A oposição deverá fazer uma chapa grande com todos os partidos que dão suporte ao projeto. No PC do B, a pré-candidata mais indicada é a vereadora de Goiânia Tatiana Lemos, filha de Isaura. “Quantos aos outros nomes, ainda estamos discutindo as atuais possibilidades que temos e decidindo quais serão, de fato, pré-candidatos”, explica.

Tatiana concorreu a uma vaga à Câmara dos Deputados em 2010 (filiada, à época, ao PDT) e conseguiu quase 40 mil vo­tos, ficando na segunda su­plê­n­cia da coligação que apoiou o empresário Vanderlan Cardoso ao governo. Uma das outras possíveis alternativas do PC do B para a Câmara em 2014 seria o ex-deputado federal Aldo Arantes.


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