O dia foi de debates na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) em torno das alterações propostas pelo governo do Estado, com relação às novas condições do Passe Livre Estudantil, que será rebatizado para Programa do Jovem Estudante (PJE).
Oposicionista do governo, o deputado Talles Barreto (PSDB) defende a manutenção do programa como é hoje e questionou as medidas propostas pelo governador Ronaldo Caiado (DEM).
“Ninguém pega ônibus por que quer e sim porque precisa. Porque sabe da importância de estar na escola ou na faculdade. Isso não é uma brincadeira”, considerou o parlamentar antes de ressaltar que o programa foi “uma grande conquista dos estudantes de Goiás”. “Chegar aqui e querer falar que esse projeto de restrição é para acabar com a mamata de políticos e de gente que tem dinheiro não é verdade”, pontuou.
Ele criticou o governo e mencionou que a gestão caiadista não sabe governar. “Esse governo se preparou para ganhar a eleição, mas não se preparou para governar. Está sem norte e não sabe o que quer. É um governo que corre para lá, para cá, e não chega a lugar nenhum”.
Quem adotou um discurso favorável a manutenção dos benefícios foi Major Araújo (PRP). Diferente de Barreto, no entanto, Araújo concentrou sua fala na manutenção do Passe-Livre e evitou criticar o governo. “Venho aqui manifestar aqui o nosso apoio ao passe livre estudantil. Alguns deputados jamais dependeram de transporte coletivo. A maioria dos políticos do nosso Brasil nunca dependeu. Outros já dependeram, mas talvez vão passar uma borracha nisso e votarão contra os estudantes”, disse o parlamentar.
O parlamentar ressaltou que a grande maioria dos estudantes que estão na Capital é composta por filhos de lavradores que vieram do interior para fazer faculdade e buscar uma vida melhor. Segundo ele, muitos pagam o aluguel da kit-net e depois ficam sem dinheiro até para as refeições.
“Muitos buscam a bolsa da OVG e, às vezes, vão às lágrimas quando a nota vem vermelha, porque se forem reprovados perdem a bolsa. Esse é o drama dos nossos estudantes de instituições de nível superior, que são filhos de pobres. Posso falar com propriedade, porque estudo com muitos deles. Eu não não vou passar uma borracha na minha origem e na minha história. Eu vou votar aqui sempre a favor do passe livre e do direito ao acesso à educação gratuita para todos os estudantes do Estado de Goiás”, declarou.
Já Amauri Ribeiro, também do PRP, aproveitou para criticar a manifestação dos estudantes realizada ontem na Assembleia. Ele repudiou os atos que os manifestantes fizeram. “Eu vi, o que era para ser um manifesto, virar uma baderna absoluta e um desrespeito à essa Casa. O deputado Alysson Lima foi falar em defesa de quem estava lá em cima e foi vaiado, dando a entender de que eles não vieram defender seus interesses, mas sim exclusivamente para fazer baderna”, afirmou. Sobre as mudanças propostas para o Passe Livre, Amauri diz que alguns pontos não foram aceitos nem mesmo pelos deputados da base e que estão apresentando emendas ao projeto. “Mas, concordamos sim que tenham alguns requisitos. Tudo tem que ter critério nesse País e nesse Estado”, ressaltou.
O pesselista, Paulo Trabalho também criticou os manifestantes. Ele reclamou não ter visto o verde e amarelo, as cores da bandeira do Brasil no vestuário dos estudantes. Também ficou incomodado pois nenhum manifestante carregava a bandeira nacional. “Eu não vi nenhum estudante ontem segurando a bandeira do Brasil. A gente só via bandeiras comunistas, de partidos socialistas, do Che Guevara. Eu não consigo entender qual a referência e idolatria que estudantes deste século podem ter com um assassino como Che Guevara foi”, ressaltou.
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