16 de novembro de 2024
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Parlamentares denunciam ‘graves irregularidades’ em campanhas publicitárias do governo Bolsonaro

Jair Bolsonaro. Imagem: divulgação/imagem de internet.
Jair Bolsonaro. Imagem: divulgação/imagem de internet.

Documento apresentado à CPI da Covid pelo deputado federal por Goiás Elias Vaz (PSB) e pelo senador, do mesmo estado, Jorge Kajuru (Podemos) mostra “graves irregularidades” em campanhas publicitárias pagas pelo governo federal às agências de comunicação.

Um dos exemplos de contratos com empresas de comunicação que os parlamentares mostram são dois vídeos de apenas 30 segundos que “Previamente, nos chamou atenção que apenas dois vídeos de 30 segundos, que não apresentam grandes efeitos especiais nem artistas consagrados, tenham custado R$ 1.147.400 aos cofres públicos”.

Ainda de acordo com os políticos, neste mesmo material, a empresa que recebeu este valor teria apenas gravado o vídeo. Para locução e trilha sonora, outra empresa teria sido contratada para o trabalho cujo pagamento teria sido de “R$ 24.900 para produzir a trilha sonora e editar as entrevistas do elenco principal de cada vídeo, mais R$ 12.600 para a locução completa de cada um, portanto a União pagou R$ 75.000 para a produção dos elementos sonoros”.

O senador e o deputado federal discorrem ainda acerca doutro contrato com outra empresa para a produção também de vídeos.

“O que nos assustou foi o preço cobrado por essa “montagem de imagens”, ou seja, a edição e o próprio uso do Stock Shot, uma vez que os cinco vídeos de 30 segundos custaram R$ 650.000 aos cofres públicos”, pontuam.

Para finalizar os materiais, segundo os parlamentares, “Em contratação apartada, distinta, o Ministério da Saúde, por intermédio da agência Calia, contratou a empresa Lira Harmonia para produção do áudio dos filmes que pertencem às campanhas do TED 03. Esta, por sua vez, cobrou R$ 19.000 para reutilizar sua trilha sonora e editar cada vídeo”.

Os políticos goianos apontam também que há indícios de superfaturamento em outro contrato com pagamentos ‘elevadíssimos’.

“A planilha de custos contém indícios claros de superfaturamento nesses serviços, uma vez que, para justificar o gasto de R$
1.070.229, a produtora requereu custos com técnicos suficientes para produzir uma obra muito maior. Há remunerações elevadíssimas como o caso de um diretor que recebeu R$ 75.000 por três diárias e R$ 90.000 em locações”, diz trecho do documento que será entregue à CPI da Covid.

Há outros contratos em evidência no documento que provocaram dúvidas aos parlamentares. Os valores e a informações que estão em poder de Elias e Kajuru foram suficientes para eles apresentarem à CPI.

“As circunstâncias de superfaturamento, de falsidade ideológica, de peculato e malversação de recursos públicos são videntes, uma vez que há uma clara desproporcionalidade e irrazoabilidade entre o objeto contratado e o necessário para entrega do material”, diz.

Pro fim, os parlamentares pedem à CPI investigações e medidas em desfavor dos envolvidos nas supostas irregularidades apresentadas neste documento.

“Diante do exposto resta claro que os pagamentos dos serviços supra denunciados se amoldam tipicamente a condutas criminosas de superfaturamento, impondo-se as medidas legais cabíveis contra seus autores e partícipes” concluem.

O Diário de Goiás não conseguiu contrato com as empresas citadas pelo documento. O governo federal ainda não se manifestou acerca do assunto. O espaço, portanto, ficará aberto para futuras manifestações.






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