17 de dezembro de 2024
Candidaturas isoladas

Parecer do TSE dá esperança aos pré-candidatos ao Senado em Goiás

Tribunal deve autorizar candidaturas isoladas ao Senado, sem necessidade de vinculação a chapas majoritárias. Cenário mudaria o jogo no estado
Delegado Waldir, Zacharias Calil e Luiz do Carmo almejam o Senado. (Fotos: Câmara dos Deputados e Senado Federal)
Delegado Waldir, Zacharias Calil e Luiz do Carmo almejam o Senado. (Fotos: Câmara dos Deputados e Senado Federal)

Pré-candidatos ainda sem espaço nas discussões por vagas nas chapas majoritárias devem ganhar fôlego se o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmar o parecer que permite candidaturas isoladas ao Senado Federal.

O deputado federal Delegado Waldir (União Brasil) é um deles. Ele, inclusive, é autor de uma consulta para que o Tribunal confirme posicionamento sobre a questão. Pré-candidato ao Senado, o parlamentar aposta no aval do TSE para conseguir emplacar seu nome numa candidatura sem composição com chapa majoritária.

“São duas candidaturas majoritárias diferentes. O Tribunal mostra que eu estava correto. Vence a minha tese jurídica”, disse ao DG.

Para Waldir e também para o deputado federal Zacharias Calil (União Brasil), que também tem interesse no Senado, o cenário é particularmente difícil. Isso porque, por pertencerem ao partido do governador Ronaldo Caiado, não têm prioridade na composição política para a chapa majoritária.

“Eu, sim, seria beneficiado. Seria mais uma oportunidade para trabalhar com uma candidatura avulsa”, avalia Calil.

Waldir ressalta que a decisão do TSE, a se confirmar, garantiria outras candidaturas de nomes da base, inclusive a dele, sem prejuízo à busca de Caiado por mais partidos que aglutinem seu projeto de reeleição ao Palácio das Esmeraldas.

“A gente dá uma liberdade política ao governador para impedir que alguém coloque a faca no pescoço dele, para impor uma determinada candidatura sem viabilidade política. Foi muito importante. Demos um passo muito importante para viabilização da minha candidatura”, destacou.

A cadeira que está em jogo é a de Luiz do Carmo (PSC), que busca a reeleição. A esperança de se manter no Congresso, inclusive, o fez trocar de partido, deixando o MDB, que já tem Daniel Vilela na chapa de Caiado, para viabilizar sua candidatura. Com uma sinalização do TSE para permitir candidaturas isoladas, o senador vê seu projeto de reeleição mais forte. Ele, porém, diz que pretende buscar espaço numa chapa majoritária.

“Tenho serviço prestado como senador, tenho trabalho para mostrar á população, acredito sim que seja viável. Trouxe quase R$ 400 milhões em emendas para Goiás, fui o único senador a atender 100% dos municípios goianos. É justo que eu possa defender o meu trabalho perante o povo. Claro que seria ainda mais interessante se a chapa em si tivesse um ‘candidato oficial’”, disse ao DG.

“Espaço democrático”

Para todos os três pretensos candidatos ao Senado, a decisão é positiva para a democracia, uma vez que candidaturas eventualmente competitivas não seriam prejudicadas por costuras políticas dos pré-candidatos ao governo estadual.

“Com essa tese jurídica, primeiro criamos um espaço democrático. Todos aqueles que gostariam de ser candidatos ao Senado, podem ser. Você dá um leque de opções. É muito ruim para a democracia apenas uma candidatura, imposta pelo partido A, B, C ou D. A candidatura tem que vir do povo, da vontade popular e permitir que o cidadão escolha quem o representa no Senado”, argumentou Delegado Waldir.

Do Carmo, por sua vez, enxerga um “leque maior de possibilidades” que vai resultar numa pulverização de candidaturas. “Um cenário ainda mais democrático, na minha opinião”, destaca. “A chapa tem vaga para um único candidato, mas todos que acreditarem que devem lutar pela cadeira, deveriam ter espaço. Quem escolhe é a população. Na minha opinião, já deveria ser assim”, conclui.

Zacharias Calil lembra que o mecanismo já existe noutros países e não só garante mais espaço para os políticos, como maior representatividade.

“É um instrumento importante na promoção da participação política. Permite que a sociedade esteja mais próxima das tomadas de decisões, o que melhoraria a fiscalização de recursos e adoção de políticas públicas. Alguns países já adotam esse sistema. É importante termos essa candidatura, independente do monopólio do partido”, avaliou.


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